Vai cair amanhã? Ibovespa em dólar despenca com mudança de humor em Wall Street; entenda
Wall Street amanheceu animado com os números da Nvidia, mas dados de emprego nos Estados Unidos surgiram como balde de água fria para investidores.
Perto do fechamento, às 17h54, a Nasdaq, que chegou a disparar mais de 2,5%, virou para queda e operava no negativo, em 2,10%. Já o Dow Jones exibia queda de 0,76% e o S&P 500 1,48%.
Aqui no Brasil, as estão bolsas fechadas devido ao feriado da Consciência Negra.
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Porém, o EWZ, ETF que reúne as ADRs de empresas brasileiras e considerado o Ibovespa em dólar, dá um gostinho do que pode vir para amanhã.
O índice caia 1,97% no mesmo horário.
Mais emprego, mais juros
O que pegou o mercado no contrapé foi a quantidade de empregos nos EUA, que superou a expectativa.
Segundo o payroll, divulgado nesta quinta-feira (20), foram criadas 119 mil vagas no mês, acima da projeção do mercado, que esperava 51 mil.
Além disso, os dados de agosto foram revisados de 22 mil contratações para 4 mil demissões.
Agora, parte do mercado já vê corte de juros menores.
De acordo com Claudia Moreno, economista do C6 Bank, as cifras representam um forte crescimento em relação ao dado revisado de agosto.
“De maneira geral, esse relatório trouxe números mais positivos, que indicam que o mercado de trabalho ainda mantém certo fôlego.”
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Apesar de a taxa de desemprego ter subido de 4,3% para 4,4% em setembro — acima do esperado, que era 4,3% —, ela permanece baixa em termos históricos nos EUA. Os salários avançaram 0,2% no mês e acumulam alta de 3,8% em 12 meses.
“Com esse crescimento em ritmo forte, a tendência é de que os preços continuem pressionados, especialmente no setor de serviços, que costuma ser diretamente impactado pelo aumento da renda da população”, destaca Moreno.
Além disso, a ata da reunião de outubro do Fed, divulgada na véspera, mostrou que, embora o banco central tenha decidido cortar os juros em 0,25 ponto percentual, os dirigentes seguem divididos sobre os próximos passos da política monetária.
A redução foi aprovada apesar da preocupação persistente com a inflação, que voltou a subir ao longo do ano e continua elevada na avaliação de boa parte dos membros do comitê.
“A ata da última reunião de política monetária sugere que as preocupações em relação à alta dos preços têm aumentado. Esse cenário, junto com os dados de hoje, diminui a chance de um corte de juros na reunião de dezembro”, conclui.