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Vale a pena investir na China?

16 jan 2021, 15:00 - atualizado em 15 jan 2021, 21:57
Mercados Ásia Ações
O ETF XINA 11 começou a ser distribuído aqui no Brasil ainda essa semana. No final do mês de dezembro (Imagem: Reuters/Jason Lee)

A China é a segunda maior economia do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, e assume o primeiro lugar quando se trata de população. O crescimento desta economia chega a assustar quando comparado com o Brasil. A china cresce em média 10% ao ano. Pensando nisso, foi montado o ETF XINA11.

O ETF XINA 11 começou a ser distribuído aqui no Brasil ainda essa semana. No final do mês de dezembro.

Este será o primeiro ETF voltado exclusivamente para o mercado asiático. A efeito de comparação, o ETF do mercado americano é o IVVB11 que replica o S&P500. Como resultado, o investidor aplica nas 500 maiores empresas dos Estados Unidos.

Incluindo grandes empresas do nosso dia a dia. Como, por exemplo, a fabricante de celulares Apple, e outras gigantes da tecnologia: Microsoft, Amazon e até mesmo de setores como alimentação representados por Starbucks e Mc Donald.

Em contrapartida, no ETF XINA11, o investidor tem a seu dispor as 700 maiores empresas da China.

O índice que irá replicar o XINA11

Para o mercado financeiro, os índices possuem muita relevância e os gestores de fundos de investimentos ficam de olho nos principais índices da economia.

Isso porque os índices são importantes na medida que podem ser comparados entre si. Desta forma, as oscilações podem revelar as tendências da economia no país. No Brasil o índice utilizado é o Ibovespa e contempla mais de 40 empresas nacionais.

Nos Estados Unidos o S&P500 é o índice utilizado.

Assim, é possível perceber como a bolsa de valores brasileira e o mercado como um todo ainda tem espaço para crescer. Porém também demostra o quanto estamos atrasados frente a outros países.

Para o ETF XINA11 será utilizado o índice MSCI.

O MSCI é observado por grandes gestores que focam as estratégias no exterior. Isto porque, ele demostra o retorno não somente da China, mas, também de outras partes e regiões do mundo que são emergentes. Como, por exemplo, a Europa.

O XINA11 terá a missão de replicar MSCI China. Este por sua vez é composto por diversas empresas chinesas classificadas como pequeno e médio porte. Acima de tudo, estas empresas também estão listadas em outros mercados, pois apesar de estarem em desenvolvimento já são relevantes para a economia.

De tal forma, que chegam a estar em listagens da NYSE (New York Stock Exchange). Em outras palavras, são empresas listadas também na bolsa de valores de Nova York.

Empresas que compõem o Índice: Alibaba

O MSCI, possui mais de 700 companhias que compõem o índice. De forma que o investidor estará não somente diversificando entre países, mas, também pulverizará os valores dentro do mercado internacional.

Vale lembrar que estas 700 companhias equivalem a 85% do montante das empresas chinesas que possuem o capital aberto.

Alibaba
A companhia que merece destaque é o Alibaba que equivale a Amazon, porém voltado para o mercado do oriente (Imagem: REUTERS/Aly Song)

Uma curiosidade é que cerca de 30% do índice é o Consumo Discricionário, representando o maior peso. Em segundo lugar, os Serviços de Telecomunicações possuem cerca de 20% na composição do índice. Outros setores que são relevantes para o MSCI é o financeiro e o que tange à saúde.

A companhia que merece destaque é o Alibaba que equivale a Amazon, porém voltado para o mercado do oriente. No Brasil, diversos lojistas já estão aderindo os produtos do Alibaba ainda que a entrega demore cerca de 1 mês para chegar no Brasil.

Na mesma linha, em que estes comerciantes podem se programar para o faturamento do próximo mês, também pagam muito mais barato. Pois os produtos chineses têm essa característica por conta da mão de obra do país.

O alibaba possui várias estratégias de crescimento. Está presente no mercado online no segmento de varejo. Entretanto, também possui fonte de receita sendo meio de pagamento, além da mídia e publicidade que expõem no site.

Esta companhia tem números que impressionam. As vendas superam USD $1 trilhão ao ano (1 Trilhão de dólares é o equivalente a R$5.247.500.000.000,00) sem levar em consideração as outras fontes de receita. Já o valor de mercado, isto é, o quanto o mercado entende que seria o valor justo considerando aspectos intangíveis como, por exemplo, tecnologia chega a ser superior a USD$780 bilhões.

Empresas que compõem o Índice: Tercent Holdings

Outra empresa que chama a atenção neste índice é a Tercent Holdings. Em segundo lugar, ela representa as mídias sociais. Ou seja, atua na área de tecnologia, comtemplando a rede social WeChat que é a principal ferramenta de comunicação asiática.

O WeChat equivale ao WhatsApp para o mundo ocidente e América Latina.

A Tercent holdings por ser uma empresa focada em mídias sociais possui diversos ramos que envolvem tecnologia. São eles: Inteligência artificial, meios de pagamentos, jogos eletrônicos, serviços de pagamentos e até mesmo entretenimento e serviços de internet.

Todo este comercio eletrônico e demais categorias, faz com que a empresa ultrapasse USD $600 bilhões quando se trata de valor de mercado. Isto é, o quanto o mercado entende que vale a empresa considerando não somente as vendas, mas aspectos que podem rentabilizar com o passar do tempo.

A Tencent Holdings é uma holding de tecnologia que atua em diversos ramos como mídia sociais (incluindo o aplicativo WeChat), música, portais de internet, comércio eletrônico, jogos eletrônicos, serviços de internet, sistemas de pagamentos, entretenimento, inteligência artificial e soluções tecnológicas. A Tencent Holdings tem um valor de mercado de mais de USD$600 bilhões.

Mercados Ações Gráfico
Vale lembrar que se trata da renda variável e, por isso, recomenda-se cautela ao investir (Imagem: Reuters/Tony Gentile)

Características gerais do XINA11

O ETF XINA11 possibilita a entrada de brasileiros no mercado chinês de forma simples e barata. Basta acessar o home broker da corretora e digitar o ticket XINA11.

Vale lembrar que se trata da renda variável e, por isso, recomenda-se cautela ao investir. Pois as oscilações tendem a ser maiores no curtíssimo prazo. Entretanto, é uma boa maneira de diversificar o capital em outros países.

Em segundo lugar é importante verificar qual será a taxa de corretagem cobrada na hora da compra e venda. Assim é possível se programar para que a taxa não venha a ser um empecilho quando se pensa em rentabilidade líquida. Ou seja, o quanto de fato entrará no seu bolso.

Outra taxa que deve estar no radar do investidor é a taxa de administração. Ela consiste na remuneração do gestor pela performance do ETF. Pelo fato de ter uma pessoa experiente gerindo, você está terceirizando a responsabilidade de alocações e isto tem um preço que é chamado de taxa de administração.

Uma das vantagens deste ETF é a exposição ao dólar e diversificação do capital no exterior. O lote mínimo representado por 1 cota traz a possibilidade de investidores comuns experimentarem este mercado.

A cotação inicial da cota é R$ 10. Este acesso inédito ao mercado asiático revela que a bolsa de valores brasileira ainda tem muito espaço para crescer e se desenvolver. Deste modo, os investidores da nossa geração poderão acompanhar e garantir boas oportunidades neste período de crescimento.