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Vale despenca quase 5% com relatório da CPI de Brumadinho

02 jul 2019, 16:24 - atualizado em 02 jul 2019, 16:24
O mercado reage à recomendação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre Brumadinho, para que o diretor-executivo de Finanças da Vale, o ex-CEO da mineradora

Por Investing.com

As ações da Vale (VALE3) operam com forte queda de 4,75% a R$ 51,10 na tarde desta terça-feira na bolsa paulista, puxando assim o Ibovespa para o vermelho, sendo a maior desvalorização do índice.

O mercado reage à recomendação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre Brumadinho, para que o diretor-executivo de Finanças da Vale, o ex-CEO da mineradora e outros executivos deveriam ser indiciados por homicídio culposo pelo rompimento de uma barragem da empresa em 25 de janeiro.

Depois do incidente, Fabio Schvartsman deixou o cargo de diretor-presidente da Vale sob pressão do Ministério Público Federal, em março. Já Luciano Siani continua a atuar como diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores.

A CPI defende que ambos sejam indiciados por homicídio culposo e lesão corporal culposa, além de danos ao meio ambiente devido ao desastre, que contabiliza até o momento 246 mortos e 24 desaparecidos, além de diversos impactos sociais e ambientais.

Em seu relatório final, de quase 400 páginas, a CPI também recomendou o indiciamento da própria Vale e da certificadora TÜV SÜD, empresa responsável por um atestado de estabilidade da estrutura, além de outras 12 pessoas, incluindo o ex-diretor de Ferrosos e Carvão da Vale, Peter Poppinga.

No caso da Vale e da TÜV SÜD, a CPI defendeu indiciamento por destruição do ambiente, poluição culposa e “responsabilidade penal da pessoa jurídica”.

Procurada, a Vale não respondeu de imediato a um pedido de comentários. Não foi possível entrar em contato imediatamente com Schvartsman, Siani e Poppinga.

A TÜV SÜD preferiu não tecer maiores comentários “por conta das investigações em curso”, mas reiterou que “continua oferecendo sua total cooperação às autoridades”.

Embora as recomendações do comitê não sejam vinculantes, elas podem influenciar autoridades, que continuam a investigar o desastre.

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