Comprar ou vender?

Vale está próxima de distribuir mais dividendos com rendimentos de até 8,5%, diz BTG

14 set 2021, 12:40 - atualizado em 14 set 2021, 19:31
Vale
Segundo o banco, o rendimento dos proventos deve chegar a 8,5% (Imagem: Site Oficial Vale)

A Vale (VALE3) pode anunciar dividendos nos próximos dias, aponta o BTG (BPCA11) em rápido comentário enviado a clientes nesta terça-feira (14).

Segundo o banco, o rendimento dos proventos deve chegar a 8,5%. 

“Seguimos com recomendação de compra para a Vale, especialmente com o trigger de dividendos chegando em breve. Acreditamos que a história de crescimento da Vale está muito boa e que a ação parece altamente subvalorizada, mesmo em um cenário de preço de minério de ferro de US$ 100 por tonelada”, aponta.

Nos últimos 30 dias, as ações da Vale derreteram 13% em meio à queda do preço do minério de ferro.

Nesta terça-feira, os valores da commodity caíram pela quinta sessão, para a menor cotação deste ano com as restrições da China sobre a demanda.

Por volta das 12h, os papéis recuavam 1,4%, na esteira do novo declínio.

Muito calma nessa hora

Mesmo com a queda do minério de ferro, a commoditie ainda continua a preços vantajosos, lembra o analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos. Para ele, é necessário ter calma.

“O preço do minério de ferro ainda está atrativo. É importante esperar um pouco mais pois estamos no meio do olho do furacão”, diz.

Segundo André Querne, sócio da Rio Gestão, é difícil que o minério de ferro retorne para a casa dos US$ 200. No entanto, o mundo continuará demandando ferro e aço para crescer.

“A demanda por minério no mundo ainda é muito forte. É uma correção de curto prazo em função da China. Se o mundo continuar razoavelmente tranquilo no cenário externo, provavelmente o minério vai continuar bem valorizado”, aponta.

A opinião é reforçada por Flavio Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos, que lembra dos pacotes de infraestrutura e de estímulos lançadas por governos no mundo inteiro, especialmente nos Estados Unidos, que aprovou um plano trilionário, o maior desde o New Deal de Franklin Roosevelt.

Vale a pena ter Vale?

Na visão de Oliveira, se o investidor tiver apetite a risco, a mineradora é uma boa oportunidade de compra.

Porém, ele ressalta que é necessário ter em mente que o setor de commodities é bastante volátil e que, no caso da Vale, depende de um comprador bem específico, a China, uma economia estatal forte.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, argumenta que a Vale tem uma gestão bem feita e organizada, um potencial gigantesco para os próximos anos, entrega resultados e tem um ambiente de dólar desvalorizado, que estimula a exportação.

“Com um cenário de indefinição do cenário eleitoral no ano que vem, muitos investidores irão voltar os olhos para as exportadoras. Ainda é um momento favorável. É uma ação interessante para ter”, completa.

Na visão de Querne, a Vale continua a ter uma margem de lucro muito forte e é uma boa pedida para quem quer ganhar com dividendos e pensa no longo prazo.

“Mesmo com a queda, a empresa ainda tem geração de caixa, o que representa uma distribuição de dividendos bem elevada para esse ano e para o ano que vem. Nossa opinião é que nesse nível de preço, a Vale tem um potencial de valorização interessante, porém, no curto prazo, a volatilidade pode continuar bem forte”, conclui.

Novas projeções

Na última segunda-feira, a mineradora informou novas projeções para 2022.  A gigante brasileira espera terminar 2022 com capacidade produtiva de minério de ferro de 370 milhões de toneladas ao ano, ante 400 milhões de toneladas na previsão anterior, à medida que enfrenta atrasos em projetos no Sistema Norte, onde está sua principal mina.

Conforme uma apresentação feita a investidores na última quinta-feira, a companhia prevê um “ramp up mais suave” no Sistema Norte, que atualmente tem capacidade de 203 milhões de toneladas ao ano.

Para 2021, a capacidade do Sistema Norte fechará em 205 milhões de toneladas, mesmo número agora previsto para o fim de 2022.

A companhia citou atraso das licenças necessárias para sustentar o nível de produção, além de atrasos nas frentes de lavra N3 e N1/N2.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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