Vale reduz guidance de produção; impacto do Covid-19 é limitado

A Vale (VALE3) reduziu sua previsão de produção de minério de ferro para o ano, aliviando parte da pressão sobre o mercado global atingido pela queda na demanda.

A produção de finos de minério de ferro totalizará 310 a 330 milhões de toneladas, abaixo da previsão anterior de 340 a 355 milhões, informou a mineradora brasileira em comunicado. A Vale produziu cerca de 302 milhões em 2019.

A produção no primeiro trimestre chegou a 59,6 milhões de toneladas, cerca de 5,4% abaixo da menor estimativa feita em 11 de fevereiro.

Embora o impacto da crise na saúde tenha sido limitado até o momento, a Vale disse que as consequências podem piorar. O vírus já levou a empresa do Rio de Janeiro a limitar operações no Canadá e na Ásia.

Os movimentos ocorrem exatamente quando a Vale está se recuperando de um desastroso ano em que o colapso da barragem de Brumadinho no início de 2019 a forçou a suspender as operações, representando cerca de um quarto de sua produção prevista.

Os preços do minério de ferro se mostraram resilientes nos últimos meses, apesar da turbulência em outros mercados de commodities devido ao vírus, uma vez que fortes chuvas no Brasil e um ciclone na Austrália aumentam o problema de suprimento.

Os cortes de produção relacionados a vírus no setor atingem cerca de 60 milhões de toneladas, ou 5% da oferta global, de acordo com um relatório da Macquarie Wealth Management.

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A resiliência dos preços do minério de ferro neste ano poderá em breve ser testada. As principais mineradoras estão prestes a aumentar a produção, mesmo com o risco de que o vírus continue interrompendo o suprimento.

Grupo Rio Tinto disse na sexta-feira que um gasoduto avaliado em mais de US$ 4 bilhões para sustentar as operações de minério de ferro na região de Pilbara atualmente permanece em grande parte nos trilhos.

Minério de ferro em Cingapura avançou junto com outros metais industriais na sexta-feira, quando os investidores se concentraram nas perspectivas de uma retomada na fabricação e em um possível reinício da atividade nos EUA após as interrupções provocadas pelo coronavírus.