Coluna do Antonio Samad Jr

Vale (VALE) sai da casa dos R$ 80 para R$ 60 por ação; oportunidade a vista

13 jun 2023, 12:44 - atualizado em 13 jun 2023, 15:39
Vale, VALE3, ações, dividendos
O setor imobiliário chinês, que é um dos maiores compradores de aço e ferro, não passa por um momento muito positivo (Imagem: Bloomberg)

A Vale (VALE3), uma das gigantes mundiais do minério de ferro, andou decepcionando este ano. Mas por ser uma empresa muito grande e expressiva mundialmente, é um papel que deve ser considerado, principalmente para investimentos de longo prazo.

Nos curto e médio prazos os riscos são maiores devido às oscilações do mercado mundial, não só no que diz respeito à demanda por minério da China.

Os Estados Unidos vivem um dilema com a elevação ou não de sua taxa de juros. A inflação resistente sugere aumento, mas o risco de esfriamento econômico é grande. Só o futuro para mostrar no que vai dar.

E é claro que as crises ou as perspectivas de crises afetam, de alguma forma, os resultados das empresas em geral, a Vale entre elas, mesmo com todo seu gigantismo.

Tanto que no último trimestre a mineradora registrou queda de 58,8% em seu lucro líquido na comparação com igual período do ano passado.

Uma das razões para o lucro menor foi a queda na demanda das siderúrgicas, especialmente na China. Isso levou a uma diminuição nos preços do minério de ferro, afetando negativamente os resultados financeiros da Vale.

  • CONHEÇA A LIVE GIRO DO MERCADO: De segunda à sexta às 12h, estaremos AO VIVO no canal do Youtube do Money Times, trazendo as notícias mais quentes do dia e insights valiosos para seus investimentos. Esperamos você!

O setor imobiliário chinês, que é um dos maiores compradores de aço e ferro, não passa por um momento muito positivo.

As vendas do setor arrefeceram contribuindo assim com a baixa da demanda e a elevação dos estoques da própria Vale. A própria dúvida sobre o aumento ou não da procura por minério de ferro ajuda a piorar os resultados da mineradora brasileira.

Mas há outras questões que devem ser consideradas. Os custos de produção continuam elevados, reduzindo a rentabilidade.

Como o estoque estava alto, houve a necessidade de comercializá-lo a um preço menor, o que também impactou a lucratividade.

E até mesmo a diminuição no valor do custo do frete, devido à redução do preço do diesel e uma quantidade menor de contratos de liquidação imediata (spots), impactou negativamente nos resultados do trimestre.

O resultado disso tudo pode ser visto não só pelo balanço da empresa, mas também pelo desempenho na B3. Apesar de uma leve recuperação de 5,01% nos primeiros seis pregões de junho, no ano os papéis da Vale acumulam perdas de 22,94%.

A alta oscilação é um convite para o day trade, mas um perigo para investimentos de curto prazo e bem arriscados para os de médio prazo porque não dá para prever quando todos os eventos geradores de crise vão terminar ou, se não terminarem, quando o mercado global estará devidamente alicerçado para segurar a onda de acontecimentos negativos.

Para o investidor que pensa a longo prazo, como citei logo no início deste artigo, a oportunidade é boa porque o preço da ação da Vale está um pouco mais convidativo.

Pode parecer que R$ 67 é um valor um tanto salgado, mas vale lembrar que o papel da mineradora normalmente ultrapassa os R$ 80 e não raramente ultrapassa os R$ 90, como aconteceu em janeiro deste ano quando o preço ultrapassou os R$ 95.

Outro fator que deve ser considerado pelo investidor é que a Vale sempre foi boa pagadora de dividendos, o que a torna ainda mais atrativa.

É verdade que neste ano a empresa fez um corte bilionário reduzindo em US$ 1,8 bilhões os proventos pagos em comparação com o primeiro trimestre de 2022. Mas isso é efeito da redução na lucratividade, coisa do momento.

Com seu porte e peso no mercado global, assim que a economia entrar no eixo, os detentores de papéis da Vale vão voltar a sorrir.

CEO da Axia Investing
Advogado com especialização em direito tributário. Atua no mercado financeiro desde 1999. Experiência de mais de 22 anos, já passou por grandes corretoras, onde atuou como sócio gestor de escritórios da Gradual, Walpires, XP e Terra Investimentos. É sócio e gestor da mesa proprietária Axia Investing.
Linkedin Site
Advogado com especialização em direito tributário. Atua no mercado financeiro desde 1999. Experiência de mais de 22 anos, já passou por grandes corretoras, onde atuou como sócio gestor de escritórios da Gradual, Walpires, XP e Terra Investimentos. É sócio e gestor da mesa proprietária Axia Investing.
Linkedin Site
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.