Governança Corporativa

Novo CEO: Vale (VALE3) antecipa mandato e Gustavo Pimenta assumirá em outubro

21 set 2024, 9:49 - atualizado em 21 set 2024, 10:35
Gustavo Pimenta
(Imagem: Linkedin)

O mandato do novo CEO da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta, foi antecipado para começar em 1º de outubro e não mais em janeiro, como era previsto, mostra fato relevante enviado na noite da última sexta-feira (20).

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No documento, a empresa agradeceu Eduardo Bartolomeo, que estava à frente da companhia desde 2019.

“Sob a liderança de Eduardo, a Vale conseguiu avançar significativamente em sua transformação cultural, com orientação para a segurança das pessoas e operações, para a gestão de riscos e para a integridade de ativos”, diz.

Além disso, a empresa destaca que adotou um programa pioneiro de descaracterização de barragens, implementando os melhores padrões globais para a gestão das estruturas de contenção de rejeitos.

Bartolomeo entrou no lugar de Fabio Schvartsman, após a tragédia de Brumadinho. O executivo já estava na empresa desde 2011 e ocupou várias posições de liderança antes de se tornar CEO.

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A Vale também informou que aprovou a nomeação, em caráter interino, de Murilo Muller, atual diretor global, para a posição de vice-presidente executivo responsável pelas áreas de finanças e relações com investidores, posição que Pimenta ocupava, com início em 1º de outubro e término até 31 de dezembro de 2024.

Sufoco e alívio: Como foi a sucessão da Vale?

A sucessão para o novo presidente da Vale foi marcada por intensas discussões. A princípio, os acionistas não chegaram a um acordo sobre o nome, o que obrigou a companhia a postergar a escolha para dezembro.

Nesse ínterim, ouve tentativas do presidente Lula para lançar Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, ao cargo. Por conta disso, a Vale divulgou restrições para o perfil do novo CEO, como forma de evitar novas pressões políticas.

De acordo com a CNN, entre os nomes que apareceram em possíveis listas de indicados estavam Francisco Gomes Neto (Embraer), Gustavo Werneck (Gerdau), Carlos Piani (Equatorial), Cristiano Teixeira (Klabin), Maurício Bhar (Engie) e Antonio Maciel Neto (Caoa).

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Segundo coluna de Lauro Jardim, d’O Globo, Dario Durigan, nome de confiança do ministro Fernando Haddad, também foi sondado por conselheiros para assumir o cargo. 

E justamente por isso a escolha de Pimenta foi saudada.

Na avaliação do Bradesco BBI Ágora Investimentos, o anúncio representa um evento de redução de risco para a Vale.

Os analistas destacam que a incerteza relacionada ao próximo CEO foi uma das principais preocupações entre os investidores nos últimos tempos e veem o anúncio sendo bem recebido pelo mercado devido à três fatores:

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  • o momento, tendo em vista que os investidores esperavam que uma decisão fosse anunciada apenas em dezembro;
  • Gustavo Pimenta construiu um histórico sólido com investidores e a comunidade de mineração em geral; e
  • uma transição de CEO potencialmente tranquila, com a empresa mantendo sua estratégia disciplinada de alocação de capital.

“Mantemos a recomendação de compra para VALE3, que estão sendo negociadas a um atraente múltiplo EV/Ebitda de 4,0x para 2024”.

Em linha, o Goldman Sachs comenta que o anúncio do novo CEO ajuda a reduzir incertezas, uma vez que o nome interno está potencialmente alinhado com as partes interessadas majoritárias — investidores, conselho, governo — e também traria continuidade à estratégia que vem sendo seguida pela mineradora.

Na avaliação do banco, o desafio atual consistirá na contínua melhoria operacional em diferentes frentes, incluindo soluções para o significativo esgotamento e desafios regulatórios no norte e maior eficiência de ativos subutilizados no sistema sul.

“Também esperamos que o foco dos investidores esteja na capacidade do Sr. Pimenta de conduzir o diálogo com o governo brasileiro, uma parte interessada importante que está envolvida nas discussões sobre o acordo final da Samarco, o ambiente regulatório e a renovação da concessão ferroviária”.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.