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Vale (VALE3) atingiu fundo no 2T22; “pico do pessimismo” já está precificado, avalia BTG

09 ago 2022, 13:04 - atualizado em 09 ago 2022, 13:04
Vale
Resultados do segundo trimestre devem marcar o destaque negativo de 2022 para a mineradora sob várias métricas, afirma BTG (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

A Vale (VALE3) atingiu o “fundo” no segundo trimestre e deve apresentar resultados melhores daqui para frente, diz o BTG Pactual (BPAC11).

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Na avaliação do banco, os resultados do segundo trimestre devem marcar o destaque negativo de 2022 para a mineradora sob várias métricas, enquanto o “pico do pessimismo” já está precificado nas ações.

Após uma reunião com o Gustavo Pimenta, diretor financeiro da Vale, os analistas do BTG estão animados com os planos da companhia para melhorar os resultados e, consequentemente, a percepção do mercado.

Os destaques do evento foram:

  • custos caixa do minério de ferro C1 devem cair 10-20% até o fim do ano;
  • confiança no guidance revisado de produção de minério de ferro;
  • questões que impactam o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da produção de cobre devem se reduzir à frente;
  • monetização da divisão de metais básicos é prioridade e será perseguida de forma inequívoca (tom positivo); e
  • não há planos para desacelerar a recompra de ações (preferência da companhia de recompra sobre dividendos).

“O segundo trimestre é um momento de custos sazonalmente maiores para o minério de ferro, devido ao transporte de estoque do primeiro trimestre, e produção ainda sazonalmente fraca. A Vale está confiante em atingir níveis C1 abaixo de US$ 20/tonelada até o quarto trimestre, já que a produção se recupera e os custos de combustível proporcionam algum alívio”, destacam Leonardo Correa, Caio Greiner e Bruno Lima, em relatório divulgado nesta terça-feira (8). No longo prazo, a expectativa é de que os custos sigam diminuindo.

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A Vale entregou resultados abaixo das estimativas, com lucro líquido de US$ 6,2 bilhões, queda de 17,7% em relação ao segundo trimestre de 2021.

O lucro líquido atribuído a acionistas somou US$ 6,15 bilhões entre abril e junho deste ano. Já o lucro líquido das operações continuadas atribuível aos acionistas atingiu US$ 4,09 bilhões.

A receita líquida de vendas da companhia totalizou US$ 11,15 bilhões no trimestre, queda anual de 32,4%, enquanto o Ebitda ajustado caiu mais da metade, para US$ 5,25 bilhões, devido à queda nos preços do minério de ferro e de cobre no fim do trimestre.

Divisão de metais básicos

A Vale está dedicada à geração de valor em sua divisão de metais básicos.

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Segundo o BTG, a mineradora vê a divisão como um ativo único no mundo e com grande potencial de crescimento.

“Uma transação potencial (modelo permanece indefinido no momento) criaria uma estrutura dedicada e melhoraria a governança da nova companhia para que ela pudesse se sustentar sozinha”, afirmam os analistas.

Embora as condições do mercado para a realização de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) não estejam boas, existem outras alternativas que a Vale poderia explorar, como um private placement, avalia o BTG.

“Outras alternativas, como um private placement, podem ajudar a colocar um preço no ativo, como um passo inicial”, dizem os analistas.

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O BTG destaca que a nova empresa seria o veículo de crescimento da Vale, quase totalmente financiado, enquanto o negócio de minério de ferro continuaria sendo o grande gerador de caixa da empresa.

“A administração acredita que pode ter um plano para apresentar ao mercado até o fim do ano ou início de 2023”, conta o banco.

Valuation segue barato

O BTG tem recomendação de compra e preço-alvo de 125 para a ação da Vale, pautada na ideia de que o valuation ainda está barato, com a empresa negociada a 3,3 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2022.

O BTG gosta da ideia de exposição à Vale/minério de ferro, apesar da incerteza em relação à retomada econômica chinesa.

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“À medida que o PBOC (Banco Popular da China) tenta colocar a economia de volta nos trilhos por meio de estímulos monetários/fiscais maciços, acreditamos que a demanda por commodities pode ser beneficiada na margem”, comentam Correa, Greiner e Lima.

Os analistas também estão confiantes de que a maior parte da estratégia da Vale será focada em retornos de caixa aos acionistas. Eles estimam um yield de fluxo de caixa de 15% para 2022, incluindo recompra de ações.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.