Vale (VALE3) cai mais de 2% após relatório de produção; o que fazer com a ação?

O relatório de produção e vendas da Vale (VALE3) no primeiro trimestre de 2025 teve resultados de modo geral alinhados com as expectativas dos analistas. Os papéis da companhia caíram 2,32%, a R$ 52,56, diante da baixa do minério de ferro no mercado internacional.
Analistas destacaram a queda sazonal na produção de minério de ferro, impactada por um volume de chuvas acima do normal e questões como licenciamento e manutenção. Apesar da menor produção, a Vale conseguiu aumentar as vendas anuais de minério de ferro utilizando sua estratégia de estoques.
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Eles também observaram um impacto negativo nos preços realizados do minério de ferro devido a prêmios mais baixos para finos e pelotas. No setor de metais básicos, a produção de cobre e níquel apresentou um desempenho positivo, com aumentos anuais significativos.
As recomendações de analistas seguem variando entre “neutra”, com cautela em relação ao cenário macro e falta de visibilidade, a outperform/compra, baseada na avaliação atrativa, resiliência do mercado de minério de ferro e potencial de melhorias operacionais.
O que dizem os analistas
O BTG Pactual chamou a atenção para a estratégia da Vale de priorizar o mix de produtos e a realização de preços. Contudo, o banco vê falta de visibilidade sobre o futuro da companhia e mantém uma recomendação neutra com preço-alvo de R$ 65.
A XP Investimentos citou melhores embarques de minério de ferro compensados por um mix de produtos e prêmios mais fracos. A corretora destacou o aumento nos embarques de finos devido à venda de estoques anteriores e a queda nos volumes de vendas de pelotas. A XP também reiterou sua recomendação neutra para a Vale, com um upside limitado, embora veja uma assimetria positiva para as ações aos preços atuais.
O Santander reiterou a recomendação outperform para a Vale, notando que a queda na produção de minério de ferro foi principalmente impulsionada por fatores específicos nos sistemas Norte e Sul. A instituição também mencionou a estratégia de vendas de estoques e a consequente diminuição no preço realizado dos finos. O banco projeta um Ebitda trimestral consolidado de US$ 3,0 bilhões, com um preço-alvo de US$ 15,00/ADR ou R$ 75,00 para o final de 2025.
A Goldman Sachs avaliou que a Vale apresentou um conjunto forte de números operacionais, com destaque para a produção de S11D. Os analistas do banco observaram que a produção de minério de ferro ficou amplamente em linha com a sua estimativa, assim como as vendas. Os preços realizados também estiveram em linha com as expectativas da Goldman Sachs.
O Goldman Sachs manteve a recomendação de compra, com um preço-alvo de US$ 16,10, apontando para uma avaliação atrativa da Vale. O banco ajustou ligeiramente a estimativa de Ebitda para o primeiro trimestre de 2025, a US$ 3,0 bilhões, principalmente devido a volumes de vendas de pelotas e níquel abaixo do esperado.
Os números da Vale
A Vale reportou aumento de 4% nas vendas de minério de ferro no 1T25, totalizando 66,1 milhões de toneladas, mesmo com queda de 4,5% na produção, que ficou em 67,7 milhões. O uso de estoques e a flexibilidade logística ajudaram a compensar o impacto das chuvas no Sistema Norte.
A produção de pelotas caiu 15%, e as vendas, 18,8%. No segmento de metais básicos, a produção de cobre subiu 11% e a de níquel, 11%, com altas nas vendas de 6,6% e 17,5%, respectivamente.
Nos preços realizados, destaque para o cobre, que subiu 15,7% (US$ 8.891/t). Já o minério de ferro caiu 9,8% (US$ 90,8/t), pelotas recuaram 18,1% (US$ 140,8/t) e o níquel, 4,4% (US$ 16.106/t).
A mineradora manteve o guidance de produção para 2025:
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Minério de ferro: 325–335 Mt
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Aglomerados: 38–42 Mt
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Cobre: 340–370 mil t
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Níquel: 160–175 mil t
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