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Vale (VALE3) e siderúrgicas relegam minério de ferro e dados da China, mas país segue em alerta

31 ago 2022, 14:25 - atualizado em 31 ago 2022, 14:25
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Ações da Vale e de siderúrgicas relegam ventos contrários vindos da China, mas cenário sobre o país segue sombrio (Imagem: Reuters/David Gray)

A Vale (VALE3) e as siderúrgicas relegam os ventos contrários vindos da China nesta quarta-feira (31). As ações das mineradoras são negociadas em alta no Ibovespa, apesar da nova queda do minério de ferro no mercado futuro em Dalian e dos dados fracos sobre a atividade econômica chinesa.

Por volta das 14h, Vale subia 0,69% e CSN Mineração tinha alta de 0,28%. Já entre as siderúrgicas, CSN caía 0,78%, enquanto Gerdau avançava 0,68% e Usiminas ganhava 0,37%. Por sua vez, Gerdau Metalúrgica PN crescia 1%.

De alguma forma, os papéis da Vale e das siderúrgicas devolvem parte da pressão sentida ontem, quando a mineradora caiu quase 3%. CSN Mineração chegou a perder 4,5%.

Entre as siderúrgicas, CSN liderou as perdas da véspera, caindo mais de 3%.

China em alerta

Apesar da recuperação nesta sessão, os sinais de alerta sobre o ritmo de expansão da China seguem no radar. “A recuperação econômica continua a perder força”, resume o economista sênior da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard, em relatório.

Divulgado hoje, o índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria chinesa subiu a 49,4 em agosto, de 49,0 de julho, mas seguiu abaixo da linha divisória que indica contração da atividade. Já o PMI do setor de serviços caiu de 53,8 para 52,6, no mesmo período.

“Os PMIs mostram uma perda adicional no ímpeto econômico neste mês, à medida que o impulso da reabertura diminuiu e a desaceleração do setor imobiliário se aprofundou”, avalia o economista da Capital Economics.

E o horizonte à frente permanece desafiador. Para Evans-Pritchard, a economia chinesa continuará tendo dificuldades para avançar nos próximos meses. Afinal, a situação dos casos de coronavírus voltou a piorar na China.

Covid Zero

Novos bloqueios por causa da covid-19 em grandes centros de negócios como Shenzhen, Dalian e Chengdu, no sudoeste do país, estão causando ansiedade sobre uma nova instabilidade econômica. Com isso, não estão descartadas novas restrições nos próximos dias – ou semanas – diante da política de “Covid Zero” adotada no país.

Cálculos da Capital Economics indicam que cerca de 40 cidades chinesas, responsáveis ​​por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, estão atualmente enfrentando surtos da covid-19. Trata-se da maior onda de casos desde abril, quando Xangai foi atingida e ficou fechada por dois meses.

“Por enquanto, a interrupção resultante parece modesta, mas a ameaça de bloqueios prejudiciais está crescendo”, alerta Evans-Pritchard. Para ele, mesmo que novos lockdowns sejam evitados, o crescimento econômico chinês deve permanecer moderado daqui para frente.

“Os problemas no setor imobiliário provavelmente persistirão e a força atual das exportações não será sustentada à medida que a economia global esfriar”, ressalta.

Portanto, o desempenho da Vale e das siderúrgicas neste último pregão de agosto pode ser apenas um alento e a onda vendedora tende a continuar.

Afinal, por trás da liquidação nos preços das commodities e da perda de tração da segunda maior economia do mundo está, em grande medida, o fantasma da recessão global, induzido pela inflação.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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