Vale (VALE3) estima provisão de US$ 500 milhões por rompimento em Mariana, após decisão da Justiça inglesa
A Vale (VALE3) informou ao mercado que a Alta Corte da Inglaterra considerou a BHP responsável pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana–MG, operada pela Samarco (joint venture entre Vale e BHP) em 2015. A mineradora estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras de 2025 para cumprir com obrigações.
A decisão impacta a mineradora porque, em julho de 2024, as companhias firmaram um acordo confidencial que estabeleceu responsabilidade compartilhada igualmente por qualquer valor que a BHP (no processo inglês) ou a Vale (no processo holandês) seja condenada a pagar.
De acordo com o fato relevante, divulgado nesta sexta-feira (14), a decisão também confirmou a validade das renúncias e termos de quitação assinados por reclamantes já indenizados no Brasil, o que reduzirá o número de reclamantes e o valor das demandas.
“Vale e BHP permanecem confiantes de que o Acordo Definitivo, assinado em outubro de 2024 no Brasil, oferece os mecanismos mais rápidos e eficazes para compensar os impactados”, diz o documento.
Em outubro de 2024, as envolvidas firmaram um acordo abrangente de US$ 32 bilhões (R$ 170 bilhões) com autoridades brasileiras para a quitação integral das principais ações no Brasil relacionadas ao rompimento da barragem.
O que acontece agora?
A Vale afirma que a decisão de primeira está sujeita a eventual recurso da BHP. Um segundo julgamento, para determinar se a BHP causou os prejuízos alegados e questões genéricas sobre ao valor desses prejuízos, está atualmente previsto para começar em outubro de 2026 e seguir até o segundo trimestre de 2027.
“Após decisões e recursos dessa fase, o valor das perdas sofridas e eventuais indenizações devidas a cada reclamante poderá ser objeto de um terceiro julgamento oportunamente”, diz a mineradora.
A Vale estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras de 31 de dezembro de 2025 para obrigações decorrentes do rompimento da barragem de Fundão.
Segundo o comunicado, em 30 de setembro de 2025, a companhia já havia reconhecido uma provisão de US$ 2,401 bilhões para obrigações sob o Acordo Definitivo no Brasil. A companhia afirma que os desembolsos futuros relacionados ao Acordo Definitivo permanecem alinhados aos valores divulgados no relatório de resultados do terceiro trimestre de 2025.