Vale (VALE3): Lucro líquido cai 24% no 2T25, a US$ 2,1 bilhões

A Vale (VALE3) registrou lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,1 bilhões no segundo trimestre de 2025, baixa de 24% na comparação com o mesmo período do ano passado, mostra balanço divulgado nesta quinta-feira (31).
Apesar disso, houve alta de 52% em relação ao primeiro trimestre. Na base proforma, o lucro foi 6% maior, impactado positivamente pela marcação a mercado de swaps, que se beneficiaram de movimentos cambiais favoráveis ao longo do trimestre.
Uma piora dos números já era esperada, já que o preço do minério caiu no trimestre. Segundo dados de produção da companhia, o preço médio realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 85, um recuo de 13,3%.
Com isso, não teve jeito. A maioria dos indicadores da minadora encolheu. O Ebitda, que mede o resultado operacional e é muito observado por analistas, ajustado recuou 15%, a US$ 3,3 bilhões.
Consenso da Visible Alpha esperava US$ 3,4 bilhões.
Segundo a companhia, o recuo foi puxado pelo minério de ferro mais fraco. Poderia ter sido pior, não fossem:
- avanços contínuos nas iniciativas de eficiência de custos e despesas, que impulsionaram a melhoria de desempenho nos segmentos de metais para transição energética e minério de
ferro, e; - efeito positivo da depreciação do real.
A receita também caiu, somando US$ 8,8 bilhões, recuo de 11%.
Mesmo assim, o CEO Gustavo Pimenta disse que a empresa teve um resultado sólido e que a Vale está no caminho para bater o guidance.
Ademais, a Vale também fez um agrado para investidores. A companhia aprovou R$ 1,89 por ação em juros sobre o capital próprio (JCPs).
No mercado, os inventores parecem ter recebido bem os números. A ADR, que fechou em queda em Nova York, virou para alta de 0,73% no after-market.
Custos da Vale caem
Mas se a empresa não conseguiu evitar a queda do lucro e receita, ao menos os custos caíram.
Ao todo, o custo caixa C1 de finos de minério de ferro, excluindo compras de terceiros, diminuiu 11% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 22,2/t. Esse é o quarto trimestre consecutivo de redução ano contra ano.
Já os custos all-in reduziram em 10% no minério de ferro (US$ 55,3/t), 60% no cobre (US$ 1.450/t) e 30% no níquel (US$ 12.396/t) a/a, como resultado da implementação de iniciativas de eficiência e pela maior produção.
A queda vai em linha a um desejo do CFO, Marcelo Bacci, de que a empresa tenha maior eficiência. Na semana passada, o executivo disse, em evento da XP Expert, que “todo muito gosta de crescer e ninguém quer contar custo”.
Bacci recordou que a companhia já foi a mineradora com o menor custo do mundo.
“Estamos entanto em uma tendência de queda. A grande diferença se faz nos custos. Divulgamos metas de redução de custos. O investimento também dá para ser mais eficiente. Sobrevive quem é mais eficiente”, completa.
A dívida líquida também diminuiu US$ 800 milhões, totalizando US$ 17,4 bilhões com o aumento da geração de fluxo de caixa livre t/t, impactando positivamente a posição de caixa.
A projeção de dívida líquida expandida continua entre US$ 10 a US$ 20 bilhões em 2025.
Vale reduz previsão para custo all-in de cobre
A mineradora atualizou estimativas para o “custo all-in” do cobre em 2025 para entre US$ 1,5 mil e US$ 2 mil por tonelada, contra estimativa anterior de US$ 2,8 mil a US$ 3,3 mil.
A revisão, segundo a Vale, reflete “o sólido desempenho operacional do negócio e os preços do ouro como subproduto acima das expectativas”.