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Vale (VALE3): Morgan Stanley eleva recomendação mesmo com alta recente e prevê dividendos robustos

16 dez 2025, 17:06 - atualizado em 16 dez 2025, 17:06
Vale VALE3
(Imagem: Reuters)

O Morgan Stanley elevou a recomendação para as ações da Vale (VALE3) de equal-weight para overweight (equivalente a compra) e fixou preço-alvo de US$ 15 para as ADRs, citando uma combinação de execução operacional mais consistente, redução relevante de incertezas e uma tese de crescimento mais clara, especialmente no cobre.

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Segundo o banco, mesmo após o bom desempenho recente, com VALE3 subindo 30% em seis meses, a ação ainda oferece uma relação risco-retorno atraente. Por volta das 16h, o papel da mineradora subia 1% na B3.

De acordo com o Morgan Stanley, a Vale tem se consolidado como uma “história simples e barata”, apoiada em alocação disciplinada de capital, excelência operacional no minério de ferro e opcionalidade de crescimento em metais básicos. Em reuniões recentes com o CEO e o CFO da companhia, os analistas afirmam ter reforçado a percepção de uma gestão comprometida em “fazer a coisa certa” e em entregar resultados a partir do que está sob seu controle.

O Morgan Stanley projeta receita líquida de US$ 41,9 bilhões em 2026 e US$ 41,6 bilhões em 2027, com Ebitda de US$ 17,7 bilhões e US$ 17,3 bilhões, respectivamente, além de lucro por ação de US$ 2,17 em 2026 e US$ 2,08 em 2027.

O banco vê potencial para revisões positivas de consenso, uma vez que suas novas projeções estão cerca de 10% acima das estimativas de mercado.

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A ação, segundo o relatório, negocia a múltiplos descontados em relação aos pares globais e regionais, com EV/Ebitda de 3,8x, P/L de 5,8x e yield de fluxo de caixa livre de 8% com base nas novas estimativas para 2026.

Dividendos e recompras

O Morgan Stanley afirma que a Vale pretende retornar caixa excedente aos acionistas quando a dívida líquida expandida ficar abaixo de aproximadamente US$ 15 bilhões.

A expectativa é de um equilíbrio maior entre dividendos e recompras de ações, mantendo o capex abaixo de US$ 6 bilhões ao ano nos próximos exercícios.

O banco também ressalta que os gastos relacionados a barragens e processos de descaracterização devem cair para cerca de US$ 2,6 bilhões em 2026 e US$ 1,9 bilhão em 2027, ante aproximadamente US$ 4,2 bilhões em 2025.

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Esse movimento tende a impulsionar o fluxo de caixa livre e a criar espaço para dividendos extraordinários, disse. A estimativa é de que o FCF yield alcance cerca de 8% em 2026, no topo da faixa observada entre pares do setor.

Outro vetor relevante da tese é o crescimento em cobre. Segundo o Morgan Stanley, a Vale pretende dobrar a produção do metal ao longo da próxima década, de 350 mil para 700 mil toneladas, superando as projeções de consenso.

O banco estima que os projetos de cobre possam adicionar entre US$ 1,2 e US$ 2,0 por ação no valor da companhia, ainda que esse potencial não esteja integralmente incorporado ao cenário-base.

Ajustes em minério de ferro

No minério de ferro, Morgan Stanley destaca ajustes no portfólio com foco em produtos premium e maior eficiência operacional. A migração para minérios de menor teor de alumina já elevou o Ebitda anualizado em cerca de US$ 500 milhões, enquanto novos projetos como Serra Sul e Capanema devem adicionar volumes de baixo custo, com cash costs de US$ 14 por tonelada e abaixo de US$ 20 por tonelada, respectivamente.

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A Vale também tem avançado no uso de tecnologias de automação e inteligência artificial para manutenção preventiva, o que contribuiu para um aumento de 14 milhões de toneladas na produção de minério nos primeiros dez meses de 2025 em relação a 2022, disse o banco.

No negócio de níquel, o Morgan Stanley afirma que a companhia busca atingir o breakeven de caixa em 2027, reduzindo o custo all-in sustaining de US$ 24 mil por tonelada em 2024 para cerca de US$ 15 mil por tonelada.

A expectativa é de US$ 240 milhões em economias em 2025, provenientes principalmente de cortes em despesas administrativas e ganhos de eficiência operacional.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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