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Vale (VALE3): O banco que vai contra o consenso do mercado e recomenda vender os papéis

09 jan 2023, 16:21 - atualizado em 09 jan 2023, 16:21
Vale
Rali recente do minério de ferro é “frágil”, diz UBS BB; banco recomenda venda de Vale (Imagem: Vale)

Alguns analistas passaram a considerar um cenário mais benéfico para o minério de ferro desde que a China deu início à redução das restrições de sua política de Covid Zero.

Instituições como BTG Pactual, Itaú BBA e JPMorgan revisaram para cima os números projetados para o minério de ferro em 2023.

Gradualmente, o gigante asiático avança na retomada da atividade econômica ao flexibilizar as medidas de combate ao coronavírus, oferecer mais estímulos ao setor imobiliário em crise e, em movimento mais recente, reabrir as fronteiras.

Refletindo as notícias positivas da reabertura, os preços do minério de ferro apresentaram uma forte e rápida recuperação ao longo dos últimos meses (quase 50% desde o fim de outubro), impulsionando as ações das empresas com exposição à matéria-prima siderúrgica.

Para o ano, o BTG Pactual passou a considerar o minério de ferro a US$ 100/tonelada, contra os US$ 90 estimados anteriormente.

O Itaú BBA também elevou suas projeções a US$ 105 por tonelada em 2023, embora entenda que, apesar de existir otimismo em relação à reabertura econômica chinesa, os dados ainda precisam mostrar sinais de recuperação.

Já o JPMorgan aumentou suas estimativas de US$ 94 para US$ 101 a tonelada em 2023. Os números esperados para 2024 também subiram, a US$ 93/tonelada.

Cedo demais para comemorar?

MG
Rali do minério de ferro é, na maior parte, especulação sobre a reabertura da China, avalia UBS BB (Imagem: Reuters/David Gray)

Uma recuperação consistente da atividade chinesa e os impactos sobre a economia global (em especial, do minério de ferro) ainda não é consenso entre agentes do mercado.

Pelas estimativas do UBS BB, o recente rali do minério de ferro é, na maior parte, especulação sobre a reabertura da China. Isso porque não existem ainda sinais de recuperação da demanda, afirma o banco, em relatório divulgado no fim de dezembro.

Na avaliação do UBS BB, a pequena sobreoferta do mercado deve virar déficit no início de 2023, o que deve oferecer suporte ao minério de ferro na casa dos US$ 105-110/tonelada.

Porém, dentro de um cenário em que o setor imobiliário continue em desaceleração na China e a oferta de minério de ferro começa a aumentar, um mercado de sobreoferta deve se formar novamente a partir do segundo trimestre, pressionando os preços de volta aos US$ 95/tonelada, diz.

“Vemos o recente rali do minério de ferro como frágil”, completa a instituição.

Notícias de que autoridades chinesas pretendem apertar a supervisão do mercado de minério de ferro para reprimir a especulação começaram a circular na semana passada, limitando os ganhos da commodity.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China disse que estava muito preocupada com as recentes mudanças de preços e que acompanharia de perto a situação.

Vender Vale

Indo na contramão de outras instituições, o UBS BB manteve a recomendação de venda para os ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE).

O banco revisou estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) a US$ 20,5 bilhões para 2022, caindo para US$ 17,2 bilhões e US$ 13,7 bilhões em 2023 e 2024.

O preço-alvo para o ADR da Vale ficou inalterado em US$ 12, o que implica um potencial de queda de aproximadamente 32% em relação à cotação atual.

Dada a “fragilidade” do cenário de rali do minério de ferro, o UBS BB recomenda a venda para outros nomes de peso do setor, como Rio Tinto e BHP.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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