Vale (VALE3) responde qual a chance de pingar dividendos extraordinários

A Vale (VALE3) reportou mais um conjunto de números no segundo trimestre elogiado pelo mercado. O lucro, assim como Ebitda, que mede o resultado operacional, ficou acima do esperado.
E como cereja do bolo, os investidores receberam juros sobre o capital próprio de R$ 1,89 por ação. Na bolsa, ação subia 1,18%, a R$ 54,09.
Agora, investidores se perguntam se a companhia pode anunciar dividendos extraordinários. E tudo vai depender do minério de ferro, claro.
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Em teleconferência com analistas, os executivos disseram que se os preços do minério de ferro continuarem em torno de US$ 100, “há uma boa chance de haver margem para novos pagamentos ao longo do segundo semestre”
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 0,19%, a 783 iuanes (US$ 108,60) a tonelada.
Isso poderia ocorrer seja por meio de dividendos adicionais ou recompra de ações — como foi feito no ano passado.
“Mas ainda é preciso observar como o mercado irá se comportar. Estamos confortáveis com as ferramentas que temos à disposição, especialmente no que diz respeito aos custos, mas também é necessário garantir que exista margem suficiente para avaliar o fluxo de caixa disponível”, afirmou o vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Marcelo Bacci.
Bacci destacou que eventuais pagamentos extraordinários aos acionistas também dependerão do comportamento da dívida líquida expandida da mineradora — que inclui os compromissos de reparação relacionados a Mariana e Brumadinho.
Essa dívida recuou cerca de US$ 800 milhões em relação ao primeiro trimestre, totalizando US$ 17,4 bilhões no segundo trimestre.
“Se conseguirmos avançar nessa direção e ficar abaixo dos US$ 15 bilhões, aumenta a chance de novos pagamentos adicionais. A decisão entre recompras ou dividendos dependerá do desempenho do mercado”, afirmou.
Vale: Como está o cenário de minério?
Segundo a Vale, o mercado global de aço continua volátil. No entanto, diz, após rodadas intensas de negociações tarifárias, há sinais de estabilização.
Recentemente, analistas começaram a verificar maior atividade econômica no país asiático.
“Ao separar China e o restante do mundo, observa-se que, na China, os relatórios recentes da cúpula política sugerem incentivos econômicos moderados”.
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Em 2025, o governo conseguiu atingir crescimento do PIB acima de 5%. Agora, a Vale não espera grandes mudanças, mas sim estímulos mais comedidos.
“Os principais indicadores — como investimento fixo, estoques e estabilização da produção de aço — não apresentaram grandes surpresas no mercado chinês”.
Já em relação ao minério de ferro, o cenário na China permanece estável, segundo a mineradora.
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As importações e os estoques portuários estão rodando em torno de 140 milhões de toneladas hoje.
Por outro lado, o destaque positivo é a Índia.
“A produção de aço bruto no país cresceu mais de 9% neste ano, o que é bastante relevante”, diz.
Segundo a Vale, as vendas para a Índia devem ultrapassar 10 milhões de toneladas, com expectativa de crescimento nos próximos anos, especialmente com o avanço de parcerias com alguns players chineses.
“De forma geral, apesar da volatilidade já mencionada, o mercado global de minério de ferro se mostra equilibrado”.