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Vale (VALE3): Sem um pregão de alta em 2024, ação cai pela 8ª vez seguida; oportunidade ou alerta?

10 jan 2024, 19:09 - atualizado em 10 jan 2024, 19:09
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Vale não teve um fechamento positivo em 2024 até agora (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A Vale (VALE3) engatou nesta quarta-feira (10) seu oitavo pregão seguido de queda na Bolsa. Desde o início de 2024, inclusive, a ação não teve um fechamento positivo.

Hoje, a mineradora apontou perdas de 1,50%, negociada a R$ 72,23.

A recente correção do minério de ferro tem puxado o preço de Vale e outras empresas listadas para baixo. Hoje, a matéria-prima siderúrgica voltou a cair nos mercados asiáticos, atingindo mínima de quase três semanas na Bolsa de Cingapura devido a uma demanda cambaleante.

Na Bolsa de Dalian, na China, os contratos futuros da commodity encerraram as negociações diurnas com uma queda de 3,02%, a 962 iuanes (ou US$ 134,11) a tonelada, menor valor desde 25 de dezembro.

A confiança do mercado em relação à possíveis novos anúncios de estímulos por parte do governo chinês na tentativa de acelerar o ritmo de recuperação da segunda maior economia do mundo está enfraquecendo.

Ao mesmo tempo, os produtos siderúrgicos estão se acumulando devido à sazonalidade mais fraca, levando a perdas crescentes nas usinas, diz Zhuo Guiqiu, analista da Jinrui Futures, segundo a Reuters.

Vale lembrar que o minério de ferro chegou a superar os US$ 140 a tonelada não muito tempo atrás, no fim de dezembro.

Vale ainda é uma ação para comprar?

O Itaú BBA atualizou a tese da Vale, cortando por US$ 1 o preço-alvo do ADR (American Depositary Receipt, certificado de ação emitido nos Estados Unidos e com lastro em valores mobiliários de emissão de uma companhia estrangeira), a US$ 18.

O BBA explica que o corte se deve principalmente à incorporação da revisão do guidance de capex da Vale e ao aumento das estimativas de custo de capital, “o que mais do que mitiga a melhora nos resultados operacionais pelo aumento da curva de preços do minério de ferro”.

A recomendação, no entanto, foi mantida em “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”). A Vale segue como a top pick do banco no setor de mineração e siderurgia da América Latina.

Na avaliação do BBA, a dinâmica do mercado de minério de ferro deve permanecer apertada, com uma produção sazonalmente mais fraca no primeiro trimestre de 2024 e uma produção ainda resiliente de aço na China.

O BBA revisou as estimativas de preço médio do minério de ferro a US$ 120/tonelada para 2024, de US$ 110/tonelada. As projeções para 2025 também aumentaram, de US$ 100/tonelada para US$ 105/tonelada. Para o longo prazo, as projeções subiram a US$ 80/tonelada (em termos reais).

O banco ainda citou a performance das últimas semanas, impulsionada pelo anúncio de dois pacotes de estímulos na China, com foco em infraestrutura e habitação social.

Segundo analistas da instituição, os dois pacotes devem somar ~US$ 280 bilhões, o que pode mitigar a fraqueza do mercado imobiliário.

O BBA projeta um sólido yield de fluxo de caixa livre de 11% para a Vale em 2024.

“Acreditamos que será totalmente distribuído via dividendos ou programa de recompra de ações (yield de ~14%)”, afirma a equipe de análise.

Negociada a um múltiplo EV/Ebitda (Valor da Empresa/Ebitda) para 2024 de 3,7 vezes, o papel parece barato em relação aos níveis históricos.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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