Vale (VALE3) sobe mais de 3% nesta quarta-feira (3)
As ações da Vale (VALE3) avançavam nesta quarta-feira (3), apoiadas pelo sentimento positivo em relação ao minério de ferro e pela repercussão do Vale Day. Os papéis chegaram a subir 3% e, por volta das 14h40, eram negociados a R$ 70,52, alta de 2,98%, amparando o tom positivo do Ibovespa.
O movimento era acompanhado pelo setor de siderurgia: CSN (CSNA3) subia 5,01%, a R$ 9,01, enquanto Usiminas (USIM5) avançava 7,59%, a R$ 5,81.
No mercado internacional, os contratos futuros de minério de ferro mostravam movimentos mistos, refletindo a combinação de expectativa macro na China e sinais de demanda enfraquecida. Na Bolsa de Dalian, o contrato de janeiro recuou 0,19%, para 799,5 iuanes (US$ 113,19) a tonelada. Já o equivalente negociado em Cingapura avançou 0,24%, para US$ 104,15.
Segundo analistas da Navigate Commodities, um comércio macro mais amplo tem alimentado a especulação nos futuros ligados à China, enquanto investidores aguardam definições da Conferência Central de Trabalho Econômico e da reunião do Politburo, que podem trazer indicações sobre metas de crescimento para 2025. Ainda assim, a expectativa de anúncios de programas de estímulo intensivo em aço é considerada baixa.
No curto prazo, o mercado físico segue pressionado. Em Tangshan, principal polo siderúrgico chinês, os preços do concentrado tendem a permanecer estáveis, conforme a Shanghai Metals Markets. A produção de metal quente segue em queda — reflexo de fundamentos mais fracos — e inspeções ambientais mais rígidas devem manter a produção de ferro-gusa sob pressão, segundo a corretora Galaxy Futures.
Apesar disso, a consultoria Mysteel avalia que os preços do aço na China devem subir em dezembro, apoiados pela melhora do ambiente macroeconômico e por fundamentos que começam a mostrar sinais de recuperação.
Vale tem guidance ‘levemente positivo’
No lado corporativo, o Itaú BBA classificou como “levemente positivo” o conjunto de informações divulgado pela Vale no Vale Day em Londres — o primeiro com a nova diretoria completa. Para o banco, a atualização das projeções reforça o foco da companhia na disciplina de capital, especialmente após os cortes expressivos no capex para os próximos anos.
A Vale agora estima investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026, valor bem inferior aos US$ 6,5 bilhões previstos anteriormente e abaixo da própria projeção do Itaú BBA. O capex de crescimento foi reduzido quase pela metade, para US$ 1,1 bilhão, enquanto o capex de manutenção ficou em US$ 4,5 bilhões. A partir de 2027, a mineradora projeta capex anual abaixo de US$ 6 bilhões, em linha com o que o banco já considerava em seu modelo.
Para a Genial Investimentos, uma curva futura de minério mais favorável, maior previsibilidade na normalização de custos, volumes mais críveis e um Capex (investimentos) estruturalmente mais leve reforçam a perspectiva de lucratividade no médio prazo.
*Com informações da Reuters