Vale (VALE3): Produção de minério se recupera no 2T25, mas vendas caem; veja os destaques

A Vale (VALE3) divulgou nesta terça-feira (22) relatório referente ao segundo trimestre de 2025 (2T25) com alta na produção de minério de ferro, cobre e níquel.
A produção de minério de ferro somou 83,5 milhões de toneladas (mt), elevação de 23,6% frente ao trimestre passado e de 3,7% em relação ao ano passado.
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A cifra ficou acima do esperado pela Genial, que aguardava 81 milhões de toneladas.
Porém, para corretora, os números serão insuficientes para reverter o cenário da companhia, que anda de lado em meio às incertezas com a China.
Há pelo menos um ano, VALE3 está estacionada no patamar de R$ 50 a R$ 60.
Nas últimas sessões, contudo, o papel voltou a tomar fôlego, com a expectativa de melhora da economia chinesa.
De acordo com a companhia, o segundo trimestre foi marcado por um sólido desempenho em todos os segmentos de negócio.
“No minério de ferro, a combinação de novos ativos em ramp-up e a maior confiabilidade operacional está suportando a maior aderência ao plano de produção de 2025”.
Vendas da Vale caem
Por outro lado, a Vale viu as suas vendas caírem 3,1%, para 77 milhões de toneladas métricas. Houve queda em todos os segmentos de minério, incluindo os finos e as pelotas, cujas vendas caíram 15,6%.
A mineradora diz que isso é parte da estratégia de otimização do portfólio de produtos, com a concentração de minérios na China implicando em prazos de entrega mais longos e a recomposição de estoques após as restrições de produção e embarque no primeiro trimestre.
O preço médio realizado de finos de minério de ferro foi US$ 85, um recuo de 13,3%, principalmente devido à redução dos preços de referência do minério de ferro.
Sem a força da economia chinesa e as incertezas em meio à guerra comercial com os Estados Unidos, os preços da commodity continuam patinando.
Destaques da produção de minério de ferro
No sistema norte, que compreende as minas da região do Pará, a Vale aumentou a produção em 2,2 milhões de toneladas, atingindo a maior produção para um segundo trimestre desde 2021.
O aumento foi impulsionado pela melhoria contínua do desempenho operacional no S11D, juntamente com um aumento na produção em Serra Norte.
No Sudeste, a produção também aumentou 2,1 mt, impulsionado pelo comissionamento da quarta linha de processamento de Brucutu, resultando na maior produção do site desde o 3T19 e o ramp-up do projeto Capanema.
Já no sistema sul, houve queda de 2,2 mt na produção.
Metais básicos
Em outros metais, a Vale também conseguiu entregar crescimento. Para o cobre, houve alta de 17,8% na produção ante o ano passado.
Na mina de Salobo, no Pará, a produção aumentou 4,5 mil toneladas (kt) no ano, impulsionada pela finalização do ramp-up (recuperação) do complexo Salobo após a implementação de Salobo 3 e por um desempenho operacional consistentemente forte.
Já o preço médio realizado foi US$ 8.985/t, queda de 2,4% no ano. As vendas totalizaram 89,0 kt, alta de 12,9 kt no ano contra ano, em linha com o aumento da produção.
Para o níquel, a produção disparou 44% no ano, mas caiu 8,2% no trimestre.
Houve aumento em todas as minas, com destaque para Voisey’s Bay, no Canadá, cuja produção aumentou 6,2 kt a/a, impulsionada pelo aumento de 121% na produção das minas subterrâneas, contribuindo para o recorde trimestral de produção na refinaria de Long Harbour.
As vendas de níquel totalizaram 41,4 kt, 7 kt a mais que a produção do trimestre.
Porém, o preço médio realizado foi de US$ 15.800 no trimestre, queda de 1,9%.