“Vamos pisar no acelerador”: CEOs revelam como Moura Dubeux e Direcional vão ocupar espaço no “Minha Casa” no Nordeste

O anúncio da joint venture entre Direcional (DIRR3) e Moura Dubeux (MDNE3) mexeu com o mercado imobiliário na última semana. E as construtoras querem mostrar logo que a parceria é para valer: a expectativa é do lançamento de cinco empreendimentos nos próximos 12 meses, disseram Ricardo Gontijo e Diego Villar, CEOs das companhias, ao Money Times.
A parceria terá foco no Nordeste, região considerada estratégica pelo forte potencial de demanda. Os projetos iniciais serão distribuídos entre Salvador, Natal, Fortaleza e Recife, com dois lançamentos previstos na capital pernambucana.
“A ideia é pisar no acelerador e ocupar o espaço claro que existe no mercado nordestino. A área tem a segunda maior demanda do Brasil, mas está subofertada”, destacou Villar.
E por que unir forças? Segundo os CEOs, a união combina a expertise da Moura Dubeux no Nordeste, com forte valor de marca e amplo banco de terrenos, ao know-how (conhecimento) de longa data da Direcional, principalmente no nicho de moradias populares.
“A procura hoje é muito grande, e a capacidade das duas empresas de executar também. A Moura é a principal construtora da região e está longe do segundo colocado. O que vai definir o tamanho da nossa JV é a demanda”, ressaltou Gontijo.
Os executivos evitaram divulgar estimativas de lançamentos ou projeções financeiras, como o valor geral de vendas (VGV), mas reforçaram que a parceria deve superar as metas internas.
“A capacidade conjunta de execução e comercialização das duas empresas é elevada. Provavelmente vamos superar nossas metas internas”, afirmou o CEO da Direcional.
Parceria, sim. Camisa de força, não
Pelo acordo, os projetos serão direcionados às faixas 3 e 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que atendem imóveis de até R$ 500 mil. As marcas Mood e Única, da Moura, e Riva, da Direcional, serão utilizadas nas operações.
Ao serem questionados se todos os empreendimentos do MCMV no Nordeste serão feitos em conjunto a partir de agora, os executivos destacaram que não há obrigatoriedade contratual ou jurídica. Segundo eles, as construtoras podem atuar separadamente, embora a preferência seja pela atuação conjunta.
“O bom mesmo é tomar a decisão de ir juntos, porque entendemos que é melhor do que separados. Naturalmente, conforme avançamos na parceria, reconhecemos que a soma das partes é melhor do que as duas empresas isoladamente”, afirmou Villar.
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Tudo dividido
Segundo os CEOs, para viabilizar a joint venture, as construtoras vão criar uma holding com 50% de participação para cada e que abrigará todos os empreendimentos da parceria.
A execução das obras e o atendimento ao cliente, no entanto, serão definidos de maneira individual, de acordo com a capacidade operacional disponível em cada cidade.
“As duas companhias têm processos construtivos muito semelhantes. A escolha de quem executará cada projeto será caso a caso, conforme a disponibilidade. Cada empresa, de certa forma, pode ser a responsável por um empreendimento específico, apesar das duas estarem colocando capital”, disse Gontijo.