Saúde

Varíola dos macacos: Anvisa emite alerta para cuidados; saiba mais sobre a doença

25 maio 2022, 19:25 - atualizado em 25 maio 2022, 19:30
Varíola dos macacos
Comum em países da África, varíola dos macacos chega a países desenvolvidos na América do Norte e Europa (Imagem: Cynthia S. Goldsmith/CDC)

Na última terça-feira (25), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota defendendo o uso de medidas de proteção em locais como aeroportos e aeronaves para evitar a transmissão da varíola dos macacos.

Comum em países do continente africano, o vírus tem se disseminado em países como Austrália, Canadá e Estados Unidos. Países europeus, como Alemanha, França e Reino Unido, também registraram casos da doença.

Apesar de nenhum caso ter sido identificado no Brasil, o Ministério da Saúde  criou uma sala de situação para monitoramento da doença e identificação de possíveis deslocamentos do vírus até o país.

Até o momento, as recomendações da instituição são apenas direcionadas a medidas não farmacológicas, como o “distanciamento físico, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos” nos aeroportos do país. A agência alerta que esses são procedimentos já vigentes e que previnem não apenas esta, mas a transmissão de outras doenças.

O que é a varíola dos macacos?

Descoberta no final dos anos 50 segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola dos macacos (monkeypox) é uma zoonose silvestre com maior incidência entre primatas, porém apresenta eventuais casos de contaminação em humanos.

Distante de grandes centros urbanos, a doença é mais recorrente em regiões da África Central e Ocidental. Países como República Democrática do Congo – onde o primeiro caso em seres humanos foi identificado –, Libéria, Nigéria e Camarões apresentam um quadro endêmico da doença.

Formas de transmissão

A varíola dos macacos pode ser transmitida através do contato com gotículas contaminadas expelidas por pessoas ou animais infectados. Além disso, o contato com lesões de pele e materiais contaminados também pode ser um foco transmissor da doença.

De acordo com pesquisadores ouvidos pela Reuters, o contágio da doença em países no qual a doença não possuía um quadro endêmico preliminar pode ter sido causado por contato sexual. David Heymann, presidente do Grupo Consultivo Estratégico e Técnico da OMS sobre Riscos Infecciosos com Potencial de Pandemia e Epidemia, acredita que a doença não parece ser transmitida majoritariamente pelas vias aéreas, mas pelo contato direto e íntimo em feridas de pessoas contaminadas.

Principais sintomas

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos são bem semelhantes ao de uma gripe comum, como febre, dor de cabeça e no corpo, cansaço e fadiga muscular. A presença de linfonodos inchados (formação de ínguas) é um sintoma que pode ser utilizado para identificação da doença.

Além dos sintomas anteriores, a formação de erupções cutâneas semelhantes às lesões de pele causadas por sífilis ou catapora podem ser encontradas de maneira generalizada por todo corpo, rosto, palma das mãos e sola dos pés.

Nos casos de varíola dos macacos, os pesquisadores têm identificado uma alta concentração dessas lesões na região da virilha e órgãos genitais. Comumente, as lesões são dolorosas, elevadas, causam coceiras e preenchidas por líquido.

Como se prevenir

A varíola dos macacos ainda não teve nenhum caso identificado no Brasil. Entretanto, a Anvisa já emitiu uma série de recomendações para evitar a transmissão da doença entre os brasileiros.

As principais formas de prevenção se direcionam para aqueles que possuem viagens programadas para os países endêmicos. Nesses casos, recomenda-se evitar o contato com animais possivelmente contaminados (vivos ou mortos), além de evitar comer ou preparar animais abatidos em caça.

Assim como para a Covid-19, a higienização das mãos com água e sabão regularmente e sua manutenção com álcool em gel são recomendadas. A separação de objetos de utilização pessoal, como escovas de dentes, talheres, lençóis e roupas de cama também é indicada.

A doença é semelhante à Covid-19?

Não. Apesar do aumento do monitoramento sobre a doença pelas autoridades em saúde internacionais, a varíola dos macacos é uma doença menos contagiosa que a Covid-19, além de ter um índice de mortalidade muito inferior.

Segundo levantamento do Instituto Butantan, apesar da doença já ter cerca de 250 casos registrados em diferentes países, os casos notificados na África Ocidental possuem taxa de mortalidade inferior a 1%.

Amplamente conhecida pela comunidade – ao contrário do coronavírus –, a vacina utilizada no combate à varíola em meados dos anos 80 apresenta 85% de eficácia no combate a variante que atinge os macacos. Nos EUA, a distribuição desse fármaco já está sendo até mesmo estudada para grupos de risco.

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Estagiário
Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.
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Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.
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