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Veja como empresas dos EUA estão “driblando” paralização na SEC em seus planos de IPO

21 out 2025, 6:13 - atualizado em 21 out 2025, 6:13
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Regra de 20 dias da SEC pode ser caminho alternativo para IPOs nos EUA (Reuters/Lucas Jackson)

Empresas que desejam evitar interrupções em suas ofertas públicas iniciais (IPOs) causadas pela paralisação do governo dos Estados Unidos podem recorrer a uma cláusula que lhes permite avançar com seus planos de listagem sem a necessidade de aprovações regulatórias.

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A startup de biotecnologia MapLight foi a primeira a protocolar um pedido de listagem com base nessa cláusula no início de outubro. Outras empresas, no entanto, estão adiando suas listagens, incluindo a unidade de sorvetes Magnum da Unilever, que citou o impacto da paralisação.

A agência reguladora do mercado norte-americano suspendeu a análise de IPOs devido à paralisação de três semanas.

A SEC na paralisação

De acordo com seu plano de contingência, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) dispensou mais de 90% de seus funcionários, mantendo cerca de 390 empregados para lidar com ações críticas de fiscalização e monitoramento de mercado.

A agência, que supervisiona os mercados públicos, não processará registros de IPOs durante a paralisação, o que, segundo analistas, pode prejudicar o ritmo de recuperação de um mercado que vem se recuperando após anos de baixa atividade.

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Embora as empresas normalmente aguardem a aprovação da SEC antes de lançar seus IPOs, as regras permitem um mecanismo que possibilita aos emissores declararem seus registros como “efetivos” por conta própria.

Nesse caso, os emissores devem definir o preço do IPO com 20 dias de antecedência da listagem, ao invés de finalizá-lo na véspera, como é costume.

Durante a paralisação do governo em 2018, que durou 35 dias no primeiro mandato do presidente Donald Trump, várias empresas usaram essa alternativa, incluindo a empresa de biotecnologia Gossamer Bio e a empresa de energia New Fortress Energy.

Essa foi também uma opção popular entre as chamadas SPACs (empresas de aquisição com propósito específico).

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As SPACs arrecadam dinheiro por meio de um IPO para financiar aquisições futuras. No momento da listagem, são empresas de “cheque em branco”, sem operações ou ativos existentes. Seu valor está inteiramente atrelado ao montante arrecadado, o que lhes permite definir um preço antecipadamente sem afastar investidores.

Riscos

Embora a regra dos 20 dias ofereça uma maneira de abrir capital durante uma paralisação, ignorar a revisão da SEC envolve riscos para empresas e investidores.

Sem a fiscalização da agência, os documentos de registro estão mais propensos a conter erros ou omissões, o que pode expor as empresas a ações legais ou reclamações de investidores após a listagem.

As empresas podem enfrentar maior ceticismo dos investidores, que normalmente dependem da revisão da SEC para verificar a exatidão e integridade das informações divulgadas. Para mitigar esse risco, muitas recorrem a assessores jurídicos e financeiros para realizar revisões internas detalhadas.

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Ignorar a análise regulatória também pode afastar investidores, que veem a falta de verificação oficial como um sinal de risco elevado ou de transparência insuficiente.

“Ignorar a revisão regulatória aumenta o risco de omissões ou erros nos registros, deixando emissores e investidores mais vulneráveis a problemas legais e surpresas desagradáveis após o lançamento”, disse Troy Hooper, co-chefe de mercados de capitais de ações das Américas na Mergermarket.

“Muitos investidores consideram a fiscalização da SEC essencial para manter a confiança. Sem ela, emissores podem enfrentar ceticismo e avaliações mais fracas”.

Mais empresas seguirão esse caminho?

Segundo analistas, é possível que mais empresas recorram à regra dos 20 dias durante a paralisação.

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“Empresas de biotecnologia são candidatas ideais para esse caminho pouco convencional, porém válido, para abrir capital durante uma paralisação, já que suas altas taxas de queima de caixa frequentemente criam uma necessidade urgente de financiamento”, afirmou Lukas Muehlbauer, analista de pesquisa da firma IPOX.

Outras empresas, por outro lado, podem retirar seus registros de IPO temporariamente e buscar capital nos mercados privados enquanto aguardam a retomada das revisões por parte da SEC.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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