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Veja os melhores investimentos da renda fixa com a nova Selic

23 set 2021, 6:29 - atualizado em 23 set 2021, 7:20
Copom
Veja onde investir na renda fixa após a decisão do Copom (Imagem: Pixabay)

O Copom (Comitê de Política Monetária) definiu a taxa básica de juros da economia, a Selic, a 6,25% nesta última quarta-feira (22).

Após essa mudança, uma dúvida vem a mente do investidor, quais são os melhores investimentos da renda fixa com essa nova taxa?

Para responder a esse questionamento, o Money Times entrevistou o analista da Ativa Investimentos, Rodrigo Beresca.

Em primeiro lugar, o especialista comentou que o fundamental é optar por taxas pós-fixadas para aproveitar a alta do juros, pois a decisão de hoje não foi a primeira e nem a última.

“Na Ativa estamos projetando o juros para 8,5% até o final de 2021, com uma possibilidade de terminar 2022 com a Selic a 9%”, comentou Beresca.

Sendo assim, optar por uma taxa que faça o investidor ganhar com a elevação do juros é a melhor opção. Por isso, o especialista recomendou comprar títulos atrelados a Selic.

Além disso, a inflação pode causar medo por uma perda do poder compra sobre o dinheiro investido. Para que isso não aconteça, o entrevistado propôs vincular o rendimento aos indicadores inflacionários, como o IPCA com alta de 9,3% nos últimos 12 meses ou o IGP-M, que subiu cerca de 31% entre agosto de 2020 e 2021.

Sendo assim, a possibilidade de atrelar os investimentos aos dados da inflação também é uma forma de blindar o seu dinheiro de uma possível diminuição no valor real do aporte inicial.

Para essa modalidade, Beresca comentou que o ideal seria alocar as economias em CDBs, principalmente nos que pagam mais de 100% do CDI, categoria que lucra muito com o aumento da taxa de juros.

Rodrigo Beresca
Beresca comentou que o ideal seria alocar as economias em CDBs, principalmente nos que pagam mais de 100% do CDI (Imagem: Divulgação/Ativa Investimentos)

Outra espécie seria a LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), as quais são isentos de Imposto de Renda, mas o analista faz alguns alertas sobre esses papéis.

“Por uma LCI e LCA ter essa isenção de imposto, elas acabam muitas vezes pagando uma taxa de rendimento menor. No caso de alguns títulos que não tem essa isenção, para deixar uma captação mais atrativa, eles colocam uma taxa maior”, afirmou Beresca.

Sendo assim, o especialista do setor financeiro explicou que o credor deve fazer as contas sobre qual modalidade compensa.

Caso a rentabilidade do CDI ou CDB seja maior do que do LCI ou LCA, descontando o Imposto de Renda, o ideal é ir nos Certificados de Depósito.

Tesouro direto

Segundo o analista, o tesouro direto possui duas modalidades de taxas, a pós-fixada e a pré-fixada. Com citado anteriormente, o objetivo é escolher a taxa pós-fixada, para ganhar com a alta da taxa de juros e isso não é diferente quando falamos de investir no tesouro.

Tesouro Direto
Segundo o analista, o tesouro direto possui duas modalidades de taxas, a pós-fixada e a pré-fixada (Imagem: Marcello Casals Jr)

“No tesouro direto nós temos três taxas, o tesouro pré-fixado, tesouro Selic e a remuneração vinculada à inflação”, explicou Beresca. Com essas possibilidades, ele recomendou comprar um tesouro atrelado à Selic.

“No caso do tesouro Selic, ele vai acompanhar a variação da Selic. Então, nesse cenário atual, essa é a melhor oportunidade para compra-lo”, disse o analista.

Além disso, as opções pós-fixadas também trabalham com a uma remuneração sobre a inflação mais um adicional de juros. Esse segmento seria perfeito para correr dos riscos inflacionários e ainda ganhar um dinheiro extra, como se fosse um dividendo.

Fundos Imobiliários

Por incrível que pareça, os Fundos Imobiliários são considerados, parcialmente, investimentos da renda fixa, pois eles trazem um retorno mensal com os aluguéis, que são pagos em dividendos.

No entanto, o fato deles serem negociados em Bolsa faz com que o valor da cota mude ao longo de um mesmo dia. Sendo assim, o analista explicou que essa categoria é considera híbrida para entidade reguladora.

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No entanto, o fato deles serem negociados em Bolsa faz com que o valor da cota mude ao longo de um mesmo dia (Imagem: Money Times/ Márcio Juliboni)

Agora que você já sabe como funcionam os fundos imobiliários, vamos nos atentar as recomendações de Beresco.

O especialista afirmou que o desejado é alocar recursos em fundos de prédios que alugam o espaço para empresas ou de galpões de logística.

Segundo o ele, ambos possuem uma boa rentabilidade em relação ao pagamento de dividendos extraídos do aluguel do imóvel.

Vale ressaltar, que as duas modalidades devem ser voltadas para lugares de baixa vacância. Não obstante, o representante da corretora indicou outro segmento de fundos.

Imóveis
Vale ressaltar, que as duas modalidades devem ser voltadas para lugares de baixa vacância (Imagem: Rogério Cassímiro/MTUR)

“Também é possível destacar outro tipo de fundo imobiliário que é o fundo de papel. Esses ativos investem em dívida imobiliária, muitos deles pagam taxas atreladas a indexadores flutuantes, como é o caso do CDI. Por isso, esses papéis tendem a remunerar mais com a alta da taxa de juros”, explicou Beresca.

Quanto tempo ficar com esses investimentos?

O analista destacou que a elevação do juros deve se conter no próximo ano por causa das eleições presidências. Desse modo, o ideal seria um título de curta duração com as taxas pós-fixadas.

Por outro lado, vale lembrar que quanto maior o tempo que o recurso fica aplicado, maior é a remuneração.

“Podemos encontrar diversos papéis, como os de liquidez diária, vencimento até o final do ano ou até no longo prazo, que vencem acima de 4 anos. Tudo depende do perfil do cliente, aquele que quiser uma taxa maior, deve esperar o título até o vencimento”, relatou o especialista.

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Tudo depende do perfil do cliente, aquele que quiser uma taxa maior, deve esperar o título até o vencimento”, relatou o especialista (Imagem: Pixabay/@moritz320)

Beresca também alertou para possível perda de rentabilidade do investimento caso o credor queira sair antes do prazo de vencimento.

“Se ele tiver o interesse de sair, a instituição financeira vai em busca de um terceiro para pagar uma taxa para o cliente, que pode ser menos atrativa do que o combinado inicialmente”, concluiu.

Olhando por essa perspectiva, o investidor deve procurar um prazo de vencimento de acordo com os seus anseios para não sair antes do esperado e não perder a rentabilidade final.

Repórter
Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
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Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
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