Ibovespa Venda de pneus despenca em dezembro e déficit comercial do setor cresce em 2022
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A indústria brasileira de pneus encerrou dezembro com tombo de 20,8% nas vendas ante novembro e retração de 7% na comparação com o mesmo mês de 2021, pressionada por aumento de importações de produtos para veículos de carga que seguem favorecidas por redução de impostos, afirmou a entidade que representa o setor nesta segunda-feira.
As vendas de pneus nacionais somaram 3,9 milhões em dezembro, encerrando o ano praticamente estável ante 2021, a 56,64 milhões de unidades, informou a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) em relatório.
A entidade representa 11 empresas e 21 fábricas no Brasil.
Os pneus de carga registraram queda de 8,2% em dezembro sobre um ano antes, pressionados por retração de 21% no segmento de reposição.
Segundo a entidade, o volume de pneus importados pelo país em 2022 disparou quase 26%, para 34,8 milhões de unidades.
Com isso, o resultado da balança comercial do setor, que em 2020 foi positivo em 190,7 milhões de dólares, encerrou 2022 com déficit de 113,6 milhões, após cerca de 38 milhões negativos em 2021.
O governo do então presidente Jair Bolsonaro reduziu a zero a alíquota de 16% cobrada na importação de pneus de caminhões no início de 2021, a pedido do Ministério da Infraestrutura, no momento em que convocações de greves de caminhoneiros surgiam pelo país.
Desde então, os fabricantes de pneus no Brasil estão buscando reversão da medida, afirmando que o setor tem sido prejudicado por produtos importados que não cumprem obrigações ambientais.
“A medida tributária que beneficiou a importação foi a principal responsável pelo fraco desempenho da indústria, já que as vendas totais de pneus de carga caíram 6,5% no ano passado, totalizando 7,4 milhões”, afirmou a Anip em comunicado à imprensa.
“O setor já iniciou as tratativas para iniciar o diálogo com o novo governo a fim de rever essa desacertada medida que prejudica a indústria de pneus no Brasil e que coloca em risco toda a cadeia produtiva”, diz Klaus Curt Müller, presidente executivo da Anip.
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