Internacional

Venezuela x Guiana: Como pode ser a resposta dos EUA a uma invasão?

08 dez 2023, 12:02 - atualizado em 08 dez 2023, 12:02
Os EUA anunciam nesta quinta (7) um exercício militar na Guiana; na foto, um avião C-130, que pode estar integrando as forças americanas na Guiana (divulgação/Lockheed)

Os Estados Unidos anunciaram a realização de exercícios aéreos militares na Guiana em meio à escalada das tensões entre a Guiana e a Venezuela sobre a disputada região de Essequibo, nesta quinta (7). A decisão surge na sequência de um recente referendo realizado na Venezuela sobre o território de Essequibo, que acentuou a disputa entre os dois países sul-americanos sobre esta área rica em petróleo.

Os exercícios militares, envolvendo o Comando Sul dos Estados Unidos em colaboração com as Forças de Defesa da Guiana, estão programados para ocorrer no território disputado. Segundo a Embaixada dos EUA na Guiana, esses exercícios são “compromissos de rotina destinados a melhorar a parceria de segurança entre os Estados Unidos e a Guiana e a reforçar a cooperação regional”. Esta medida também é vista como uma demonstração do apoio dos EUA à Guiana face à disputa territorial.

Forças especiais dos EUA na área

Segundo o governo da Guiana, estão presentes no país os integrantes do SOCOM (Comando de Operações Especiais dos EUA). A entidade reúne a elite do Exército, Marinha, Fuzileiros e Força Aérea americana.

Essas unidades são destinadas a operações de alto risco, muitas vezes não divulgadas e sigilosas. Segundo o site Aeroin, unidades especiais de aviação dos EUA, como o 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais, conhecidos como Night Stalkers, acompanham as missões do Socom. Foi esse regimento que acompanhou os soldados da marinha enviados para matar Osama Bin Laden no Paquistão, usando tecnologia de ponta nas aeronaves, incluindo materiais mais difíceis de detecção por radar.

O AFSOC, comando especial da força aérea, também acompanha as missões. Eles contam com várias versões do cargueiro C-130 Hércules, que pode ser equipado, por exemplo, com inúmeros tipos de canhões. A versão mais popular é a AC-130, que fornece apoio aéreo à distância para tropas em terra, com visão térmica e canhões de até 105 mm.

A presença das tropas americanas na Guiana foi considerada uma ‘provocação’ pela Venezuela. “Esta infeliz provocação dos Estados Unidos em favor da ExxonMobil na Guiana é mais um passo na direção errada. Alertamos que não seremos desviados de nossas ações futuras para a recuperação do Essequibo”, disse o ministro venezuelano do Poder Popular para a Defesa, Vladimir Padrino López.

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Petróleo americano em Essequibo

A disputa pela região de Essequibo, que compreende uma parcela significativa do território guianense, intensificou-se desde a descoberta de petróleo na região pela ExxonMobil em 2015. A Venezuela, por sua vez, reivindica o rio Essequibo, a leste da região, como natural fronteira, uma reivindicação que remonta à era colonial. No entanto, a Guiana afirma que as fronteiras de Essequibo foram determinadas por um painel de arbitragem em 1899.

Num desenvolvimento recente, o presidente venezuelano Nicolás Maduro propôs a criação de uma província venezuelana na região de Essequibo após o referendo e instruiu a empresa petrolífera estatal a começar a emitir licenças para a extração de petróleo na área.

Ele também deu um ultimato às empresas petrolíferas que operam sob concessões emitidas pela Guiana para suspenderem as suas operações. Em resposta, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, classificou as declarações de Maduro como uma ameaça direta contra o seu país, com as forças armadas da Guiana sendo colocadas em alerta.

O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião urgente para discutir a escalada das tensões, refletindo a preocupação da comunidade internacional sobre a potencial ameaça à paz e segurança regionais.

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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
pedro.pligher@moneytimes.com.br
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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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