Mercados

Verde Asset, de Stuhlberger, reduz alocação em bolsa brasileira e zera posição em real

12 nov 2025, 17:06 - atualizado em 12 nov 2025, 17:06
Luis Stuhlberger
(Imagem: XP Expert)

A bolsa brasileira opera na maior sequência de ganhos consecutivos em mais de três décadas e o Ibovespa (IBOV) nas máximas nominais históricas. Mesmo assim, o lendário fundo Verde, de Luis Stuhlberger, reduziu a sua exposição a ações brasileiras. 

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“Em meio a este cenário, reduzimos a alocação em ativos de risco brasileiros, por considerar o retorno prospectivo mais limitado para os risco e a volatilidade que vemos à frente”, afirmou o gestor em carta mensal. 

O movimento acontece um mês após o Fundo anunciar a retomada das compras de ações brasileiras, ainda que de forma marginal. 

No documento, a Verde Asset afirma que as incertezas começaram com a derrota do governo na votação da MP 1.303, que tratava da taxação de bets e de algumas aplicações financeiras como alternativa para mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 

A gestora também destaca a melhora da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais — “que trouxe alguma reavaliação probabilística do cenário eleitoral”. 

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“Os ativos brasileiros viram algum nervosismo e quedas nas primeiras semanas. Isso rapidamente se reverteu com um forte fluxo de capital estrangeiro, impactando especialmente o Real e o mercado acionário, e impulsionou uma forte performance desses ativos.”

Stuhlberger, porém, chama a atenção para a “reversão recente” da melhora da popularidade de Lula após a operação Contenção no Rio de Janeiro trazer o tema da segurança pública ao debate no país. 

A Verde também zerou a posição em real, além da redução da exposição à bolsa. 

“Em moedas, tivemos mudanças, trocando parte da posição comprada no euro por uma cesta de moedas, continuamos com exposição no renminbi chinês e no ouro, zeramos posição no real, e mantivemos a alocação em cripto”, afirmou o gestor Luis Stuhlberger, na carta. 

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Na renda fixa, o fundo manteve posição comprada em juro real. Já a alocação de crédito local foi reduzida após venda das debêntures perpétuas da Vale (VALE3) . 

Em outubro, o fundo multimercado da Verde teve retorno de 1,41% contra 1,28% do CDI. No acumulado do ano, o desempenho é positivo em 13,58% ante 11,76% do benchmark. 

Cenário internacional

A incerteza global aumentou com o ‘shutdown’ do governo dos Estados Unidos, afirmou Stuhlberger. 

A paralisação do governo norte-americano já dura mais de 40 dias, sendo a mais longa da história, e caminha para o fim com o avanço do acordo orçamentário no Congresso

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“A enorme maioria dos dados econômicos que o mercado usa para atualizar sua visão da economia não foram publicados, e o banco central americano, depois de cortar o juro em 0.25% nas reuniões de setembro e outubro, deu um tom um pouco mais sóbrio para as perspectivas de mais cortes adiantes”, diz a gestora na carta mensal. 

O gestor ainda destacou que a “grande força motriz” do mercado norte-americano tem sido a aposta em Inteligência Artificial (IA) e, por isso, cada “questionamento sobre a sustentabilidade desse ciclo traz volatilidade desproporcional”. 

As incertezas também vem do campo comercial. Na visão da Verde, os riscos geopolíticos continuam presentes, apesar do encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping — que reduziu as tarifas e as tensões entre os dois países. 

“O fundo conseguiu navegar essa volatilidade com disciplina e continua a carregar posição comprada naquele que vemos como um dos principais beneficiários de uma tendência secular de diversificação de moedas além do dólar”. 

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Nos EUA, a Verde manteve a alocação aplicada em juro real e comprada da inflação implícita. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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