Mercados

Verde, de Stuhlberger, vê dólar mais fraco com risco de próximo presidente do Fed ser “subserviente” a Trump

09 dez 2025, 17:30 - atualizado em 09 dez 2025, 17:30
Stuhlberger
(Imagem: Reprodução)

O Fundo Verde enxerga um risco relevante de que o próximo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) seja “mais subserviente a interesses políticos”. Isso levaria, segundo carta publicada nesta terça-feira (9), a taxas de juros reais e nominais mais baixas do que o conjunto de fundamentos macroeconômicos dos Estados Unidos sugere.

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As afirmações do fundo, liderado por Luis Stuhlberger, vêm em um momento em que o presidente da maior economia do mundo, Donald Trump, está prestes a definir quem será a próxima autoridade monetária do país.

O mandato do atual presidente do Fed, Jerome Powell, termina em maio, e o mercado aguarda uma sinalização sobre o próximo nome a ocupar a cadeira até o fim do ano.

“A política monetária do Federal Reserve tem sido foco, com forte questionamento de membros mais hawkish do comitê em relação inclusive ao corte de juros na reunião de dezembro”, diz a carta de novembro.

A instituição decide amanhã sobre o futuro da Fed Funds Rate, a taxa básica de juros norte-americana, com o mercado enxergando majoritariamente uma queda de 25 pontos-base na última reunião de 2026.

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“O chairman Powell e a parcela mais dovish do comitê acabaram sinalizando na direção de realizar um corte de 25 pontos-base nesta reunião, mas provavelmente às custas de um compromisso por ficar parado por mais tempo”, afirma a equipe do fundo.

Além do temor de uma política monetária mais branda nos Estados Unidos no próximo ano, o Fundo Verde também avalia que estímulos fiscais devem, em 2026, “empurrar a economia americana para um ritmo de crescimento mais forte que o deste ano”.

“Dado esse quadro, mantemos o posicionamento comprado em inflação e vendido em dólar do fundo”, diz a carta.

Brasil tem “tabuleiro político incerto”

No cenário brasileiro, o fundo viu um novembro positivo, mas com “ventos mudando no começo de dezembro”.

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“O cenário se modificou bastante nos primeiros dias de dezembro, com o senador Flávio Bolsonaro se colocando como candidato a presidente e invocando a primazia da família em liderar o campo à direita do espectro político na próxima eleição”, diz Stuhlberger.

O Verde avalia ainda um “tabuleiro político bastante incerto” no país. Esse ambiente, combinado com as recentes altas da Bolsa brasileira, faz o fundo preferir exposição ao Brasil por meio de opções longas.

“Nos parece que muitos participantes do mercado reconhecem o potencial upside de uma mudança política, mas, em geral, o consenso — especialmente do investidor estrangeiro — minimiza o downside de uma manutenção do atual governo no poder”, diz a carta. “Preferimos buscar alinhar exposição ao potencial de alta com uma adequada proteção para os cenários mais negativos, que nos parecem mal precificados.”

O fundo aumentou a exposição à Bolsa local por meio de estruturas de opções longas e manteve estável o livro global. Na renda fixa doméstica, o Verde manteve posição comprada em juro real.

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
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