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Via (VIIA3): 4T21 não foi brilhante, mas sinaliza bom movimento no e-commerce, avaliam analistas

10 mar 2022, 11:00 - atualizado em 10 mar 2022, 11:00
Megaloja Casas Bahia, Via
Na opinião de duas corretoras, pode-se classificar o desempenho da varejista no período como misto (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

A Via (VIIA3) reportou resultados mistos, com números que conseguiram surpreender positivamente alguns analistas, mas deixaram a desejar para outros.

As ações abriram em forte queda nesta quinta-feira (10). Às 10h50, a companhia caía 5,87% na Bolsa, cotada a R$ 3,21. No mesmo horário, o Ibovespa registrava perdas de 0,78%, a 113.007,43 pontos.

Para a XP Investimentos, o balanço do quarto trimestre de 2021 veio acima do esperado, apesar da pressão na receita devido ao cenário macroeconômico ainda desafiador.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) veio forte (R$ 641 milhões – indicador ajustado contábil), na avaliação da corretora, enquanto o destaque ficou para o avanço da margem Ebitda, que subiu 2,1 pontos percentuais em relação aos últimos três meses do ano passado, suportada pela redução de despesas gerais e administrativas.

Meio termo

Diferentemente da XP, analistas da Ágora Investimentos e da Genial Investimentos receberam os resultados com mais cautela.

Na opinião das duas corretoras, pode-se classificar o desempenho da varejista no período como “misto”.

“Não é o conjunto de resultados mais brilhante (dado o fraco faturamento), mas isso era amplamente esperado, pois a Via tem alta exposição a itens discricionários caros que estão sofrendo com a fraca demanda no atual ambiente macro”, comentam Richard Cathcart, do Bradesco BBI, e Flávia Meireles, da Ágora, em relatório divulgado nesta quinta-feira (10).

Segundo a Genial, a receita líquida de aproximadamente R$ 8,2 bilhões veio “um pouco amarga” e foi um dos principais pontos negativos do trimestre.

O GMV (volume bruto de mercadorias), por outro lado, parece ganhar inclinação conforme as vendas digitais começam a ganhar participação de mercado.

A Genial listou três pontos do GMV que merecem destaque:

  • mais de 130 mil sellers no marketplace, com o número de vendedores aumentando em 23% só no quarto trimestre, o que “pode ser explicado pela melhor eficiência operacional no onboarding e campanha de degustação para pequenos sellers (take-rate zerado)”;
  • aumento de quase 500% de produtos únicos comercializados na plataforma, com destaque para SKUs de cauda longa (ou seja, excluindo telefonia, móveis, eletroportáteis e eletrodomésticos);
  • mais vendedores anunciando sortimentos de diferentes categorias, o que fez com que a Via conseguisse atrair maior fluxo de clientes e, consequentemente, chamando a atenção de outros vendedores para a plataforma; e
  • ganho de participação de suas vendas digitais de 9 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2020.

A Ágora chama atenção para a resiliência da receita de serviços financeiros, que ficou estável em relação a 2020.

A provisão para devedores duvidosos ficou em linha com a provisão média trimestral nos nove últimos meses de 2021, apesar do aumento no índice de inadimplência em relação ao terceiro trimestre, sinalizando deterioração na qualidade dos ativos.

Qual deve ser a posição do investidor?

Na avaliação da Ágora, os resultados da companhia devem reforçar as preocupações dos investidores quanto à demanda de eletrônicos e eletrodomésticos.

O mercado também deve levar em consideração o tamanho do impacto disso sobre o desempenho da varejista nos próximos trimestres.

“Embora o marketplace tenha tido um bom desempenho em 2021, a diversificação de categorias ainda é muito mais limitada do que no Mercado Livre e Americanas”, destacam os analistas.

A corretora reitera sua recomendação neutra, com novo preço-alvo de R$ 5 (ante R$ 6) para 2022.

A Genial está com a tese de investimento sob revisão.

Disclaimer

Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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