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Vibra (VBBR3): Após balanço forte do 4T21, veja o que falta para as ações dispararem

23 mar 2022, 15:21 - atualizado em 23 mar 2022, 15:21
BR Distribuidora BRDT3
Mercado ainda não tem clareza de como os anúncios recentes e a alocação de capital refletirão em maiores retornos, dizem analistas. (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Após a Vibra (VBBR3), antiga BR Distribuidora, divulgar o balanço do quarto trimestre de 2021 – que tem uma reação morna dos investidores, com a ação da empresa praticamente estável no pregão -, analistas disseram que falta a empresa dar mais detalhes sobre a aquisição da Comerc.

“O próximo gatilho [para os papéis da empresa] poderia ser mais informações sobre a aquisição da Comerc, como o potencial para sinergias que permanecem inexploradas até agora”, resumiu o Bradesco BBI em relatório assinado por Vicente Falanga e Ricardo França.

O UBS BB seguiu a mesma linha ao comentar que o desempenho dos papéis da Vibra – que acumulam queda de 5% nos últimos seis meses – é resultado em parte da falta de visibilidade no médio prazo.

Segundo o banco, em relatório assinado por Luiz Carvalho e equipe, o mercado ainda não tem clareza de como os anúncios recentes e a alocação de capital refletirão em maiores retornos aos acionistas.

A instituição suíça no Brasil tem recomendação de compra para os papéis da empresa, com preço-alvo de R$ 34, ante o atual patamar de R$ 24.

“As ações da Vibra não refletiram todas as melhorias nas margens [desde a privatização] e ainda pode haver algum ganho nesse sentido”, disse o UBS BB.

O Bradesco BBI também fala em compra de VBBR3, com preço-alvo de R$ 31, assim como o Bank of America (BofA), que estipula um preço de R$ 30. Já o Safra segue a mesma recomendação, com preço-alvo de R$ 25,90

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Vibra (BRDT3) no 4T21: O que agradou

A Vibra apresentou margem Ebitda operacional de R$ 163/m³ no trimestre, o que levou a empresa a um Ebitda de R$ 1,6 bilhão, 21% acima do consenso e 27% acima das expectativas do UBS.

O lucro líquido de R$ 1 bilhão ficou 67% acima da expectativa do banco e 71% maior do que o mercado esperava. Houve contribuição positiva de R$ 416 milhões de one-offs.

O segmento de varejo teve um Ebitda ajustado de R$ 908 milhões, alta anual de 40%, com margem de R$ 156/m³.

O trimestre foi sustentado por maiores margens comerciais e pelo efeito positivo de um melhor mix no ciclo Otto com menor participação do etanol, destacou o UBS.

O segmento B2B apresentou Ebitda ajustado de R$ 513 milhões, avanço anual de 23%, com maiores despesas operacionais mais do que compensando as maiores margens de vendas e ganhos de estoque no período.

A dívida líquida encerrou o trimestre em R$ 10,1 bilhões, acima dos R$ 8,2 bilhões no 3T21, refletindo principalmente a dívida pela aquisição da Comerc, pagamentos de dividendos e recompra de ações. A dívida líquida/Ebitda justada foi de 2,0x ao final do 4T21 vs. 1,6x no trimestre anterior.

Pontos de atenção

Além de destacar os números que superaram as expectativas do mercado, o Safra lembra que a Vibra é a maior empresa do ramo de distribuição de combustíveis no Brasil.

O banco avalia que a administração está focada principalmente em aprimoramento operacional, redução de custos e recuperação de participação de mercado.

Para o Safra, no entanto, pesam contra a empresa o setor ao qual ela está inserida, que é altamente sensível à economia e pode ser impactado por mudanças nos impostos.

O banco cita ainda o impacto negativo de questões ambientais que não sejam reconhecidas no balanço.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.