Vibra (VBBR3) avalia compra da Moove com Cosan (CSNA3) e ações caem; o que dizem os analistas

As ações da Vibra (VBBR3) e da Cosan (CSAN3) operam em queda nesta sexta-feira (18), com recuo de 1,85% e 1,62%, respectivamente, por volta das 11h20 (horário de Brasília).
A queda vem após a notícia publicada pelo Brazil Journal de que a Vibra iniciou conversas com a Cosan para uma potencial aquisição da Moove, empresa do grupo Cosan que atua no setor de lubrificantes.
Segundo a reportagem, o movimento foi motivado pelo desejo do fundo CVC Capital Partners, que detém 30% da Moove, de se desfazer da sua participação. A Cosan é dona dos 70% restantes e, conforme fontes ouvidas, não estaria disposta a abrir mão do controle da empresa neste momento.
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A notícia vem à tona cerca de um ano após a tentativa frustrada de IPO da Moove na Bolsa de Nova York, e em meio aos esforços contínuos da Cosan para reduzir sua alavancagem.
O que dizem os analistas
Para o Bradesco BBI, o mercado tende a reagir de forma mais negativa do que positiva ao rumor, o que se confirmou no início do pregão. O motivo principal seria o possível aumento da alavancagem da Vibra em caso de aquisição da Moove.
Os analistas afirmam que esse risco pode ser mitigado caso o preço pago fique na faixa de 6x a 7x o Ebitda – valuation usado na tentativa de IPO da Moove, em 2024.
O banco também recomenda excluir da negociação a planta da Moove afetada por um incêndio, já que a seguradora deve cobrir os danos e a Vibra possui capacidade ociosa em sua planta própria, que pode absorver a demanda sem necessidade de investimentos adicionais.
A estimativa do BBI é que a integração da Moove pode gerar até R$ 400 milhões em Ebitda incremental por ano, com sinergias logísticas e comerciais.
Já o Itaú BBA vê a possível transação como positiva para a Cosan, pois reforça sua estratégia de desalavancagem.
Para a Vibra, o negócio é visto como estrategicamente interessante, mas o banco alerta para a complexidade de precificar o ativo. Isso porque o incêndio na unidade da Moove dificulta as projeções de lucro.
O Itaú estima que a alavancagem da Vibra poderia subir para entre 3,2x e 3,7x, o que contraria a expectativa dos investidores que aguardam desalavancagem, reciclagem de portfólio e dividendos.
Por ora, tanto Cosan quanto Vibra negam que haja qualquer acordo fechado ou documento assinado. O mercado, no entanto, segue atento aos desdobramentos — especialmente se o valuation for atrativo o suficiente para destravar a negociação e acalmar os temores sobre o endividamento.