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Vibra (VBBR3) diz não para Eneva (ENEV3), mas deixa porta aberta para negociação

28 nov 2023, 18:33 - atualizado em 28 nov 2023, 22:29
Vibra Energia
(Imagem: Vibra Energia/Reprodução)

A Vibra (VBBR3) negou a proposta de fusão enviada pela Eneva (ENEV3), mostra fato relevante publicado nesta terça-feira (28).

Segundo a companhia, “fica evidente que os termos de troca propostos para a combinação pretendida pela Eneva não possuem qualquer atratividade para os acionistas da Vibra”.

No documento, de duas páginas, a Vibra diz que não entra no mérito estratégico de uma possível fusão neste momento.

Contudo, a empresa diz que estará atenta a uma eventual nova manifestação da Eneva, caso seja de seu interesse melhorar significativamente os termos apresentados, detalhando elementos necessários para o bom entendimento de uma eventual nova proposta de combinação.

“Se essa for a opção da Eneva, engajaremos os nossos assessores para tratativas em fórum privado típico de potenciais transações desta natureza, cabendo às empresas se manifestarem publicamente no que for requerido pelas leis e regulações as quais as companhias estão sujeitas”, coloca.

A proposta previa realizar troca de ações que criaria um gigante da transição energética, com uma fusão entre as companhias por uma operação de merger of equals, em que ambas as companhias recebem a mesma avaliação de mercado, tendo cada uma a mesma participação na nova companhia combinada.

“Finalmente, entendemos ser essencial maior esclarecimento sobre o modelo de governança pretendido, caso a combinação de negócios venha eventualmente a ser consumada. Acreditamos muito na relevância de uma sólida estrutura de governança, porque aí reside boa parte do valor a ser criado”, destaca.

Proposta já não agradava gestores

A proposta já não havia agradado gestores. Ao Brazil Journal, Guilherme Aché, da Squadra, nome de peso no mercado, mas que possui participação de 4% na Vibra, disse que “vai brigar” para o negócio não acontecer.

Já a Dynamo, que possui participação em ambas as empresas, com fatia que chega a 30%, também não gostou do que viu, segundo apuração do Pipeline, site ligado ao Valor Econômico.

Conforme a reportagem, a gestora não considera os termos razoáveis para a Vibra e, se ficar do jeito que está, a proposta será negada pelo player. Apesar disso, segundo o site, a Dynamo vê valor na fusão, sem, no entanto, expressar os termos ideais da proposta.

Além das gestoras, analistas de mercado tiveram a mesma impressão. De acordo com eles, a junção das companhias parece ser mais vantajosa para Eneva.

Desde que anunciou o acordo, o papel da Eneva caiu 9,19% na bolsa.

Segundo Ruy Hungria, da Empiricus Research, também existe outra questão importante para se atentar: a Eneva passa por um período difícil “e boa parte da capacidade de geração de resultado tem sido comprometida por causa da questão dos despachos”.

Enquanto isso, na visão de Hungria, a Vibra tem um perfil de geração de caixa muito mais previsível e estável. “Talvez, o acionista da Vibra não esteja muito interessado nesse perfil mais arriscado, que é o perfil da Eneva”, disse em entrevista concedida ao programa Giro do Mercado.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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