Vibra (VBBR3): Itaú BBA reduz preço-alvo, mas mantém recomendação de compra

O Itaú BBA revisou suas projeções para a Vibra Energia (VBBR3) e reduziu o preço-alvo das ações de R$ 30 para R$ 29 ao final de 2025. Apesar do corte, o banco manteve a recomendação de compra, apostando na retomada gradual da participação de mercado e no potencial de melhora dos resultados nos próximos anos. Em relação ao último fechamento (24), o potencial é de alta de 28% no ano.
A principal leitura do Itaú é que, mesmo que a companhia tenha perdido cerca de 5 pontos percentuais de participação no setor de distribuição de combustíveis desde o fim de 2022, há sinais de que esse movimento pode ser revertido, e de forma lucrativa.
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A Vibra havia adotado uma estratégia de priorizar rentabilidade em vez de volume de vendas, evitando competir diretamente com distribuidoras regionais e marcas menores que atuam com preços mais baixos e práticas comerciais pouco transparentes. Com isso, abriu mão de fatia de mercado para preservar suas margens. Agora, os analistas acreditam que há espaço para voltar a crescer sem comprometer a lucratividade.
Caso a empresa retome os níveis de participação de mercado que tinha em 2022, saindo dos atuais 25% para 29% nos próximos três anos, o Itaú projeta um ganho adicional de até R$ 1,4 bilhão no lucro operacional acumulado até 2028.
Outro ponto de destaque é a operação de lubrificantes da marca Lubrax. A Vibra ampliou recentemente sua fábrica em Duque de Caxias (RJ), aumentando em 50% a capacidade de produção. O segmento tem margens bem mais altas que os combustíveis tradicionais e já responde por 57% da capacidade da unidade, com vendas em alta de 17% desde o início do ano.
Ações seguem atrativas
Mesmo com a alta de mais de 22% no preço das ações em 2025, o Itaú BBA avalia que os papéis continuam com bom potencial. A projeção é que a Vibra seja negociada a cerca de 9 vezes o lucro estimado para 2025 — uma métrica que ainda indica desconto em relação a outras empresas do setor. A expectativa é que o fluxo de caixa para o acionista, que ainda deve ser negativo neste ano, passe a crescer e atinja 13% em 2026.
Além disso, o banco projeta uma margem de lucro sobre o combustível vendido, que pé medida por metro cúbico, em R$ 160 para 2025, com aceleração no segundo semestre.
Para os analistas, a combinação de estratégia mais equilibrada entre preço e volume, recuperação de mercado e desempenho da divisão de lubrificantes pode devolver a Vibra a uma trajetória mais sustentável — mesmo com um cenário ainda desafiador no setor.
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