Virgo causa polêmica ao usar fundo de reserva de CRIs em aplicação de risco; entenda

A Virgo, uma das maiores securitizadoras do Brasil, direcionou recursos de um fundo de reserva de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) para uma aplicação considerada arriscada.
A decisão contrariou o objetivo desse tipo de fundo, que existe justamente para proteger investidores contra possíveis inadimplências.
A medida teria partido de um ex-executivo da casa, que teria escolhido aplicar parte do dinheiro no fundo chamado Allocation. O problema é que esse fundo mantinha exposição a um CRI da Oncoclínicas, estruturado pela própria Virgo, levantando dúvidas sobre um possível conflito de interesses.
Na prática, o Allocation permite investimentos em ativos de maior risco, perfil incompatível com a finalidade de um fundo de reserva.
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Fundos de reserva
Em operações de CRIs, uma parcela dos recursos captados é destinada à formação de fundos de reserva, que funcionam como um colchão de segurança para cobrir juros, amortizações e despesas, além de proteger contra desequilíbrios de fluxo de caixa.
Por isso, a prática usual é manter o dinheiro em aplicações de alta liquidez, baixo risco e baixa volatilidade.
A movimentação feita pela Virgo, além de expor os cotistas a potenciais perdas, gerou dúvidas no mercado sobre governança dentro da securitizadora, que possui cerca de R$ 90 bilhões sob gestão fiduciária.
Em nota enviada ao Money Times, a empresa afirmou que, no curso de suas atividades e da operação em questão, nenhum regulamento de mercado foi violado e que não houve dano ou prejuízo aos parceiros.
De acordo com a Virgo, os fundos de reserva investidos no Allocation continuam segregados de forma adequada, como determinam as regras.