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Vitor Miziara: Fim da alta para o Ibovespa? Juros futuros, dólar e ganância dizem que sim

07 jan 2021, 14:22 - atualizado em 07 jan 2021, 14:23
Câmbio, Dólar, Dinheiro
Um dos efeitos de maior liquidez com emissão de dólares pelo governo é a desvalorização do dólar e aumento do preço dos ativos (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

Ganância pelo Wikipedia é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa. É um desejo excessivo direcionado principalmente à riqueza material, nos dias de hoje pelo dinheiro.

Desde que o Joe Biden foi eleito e nessa semana do dia 04/01/2021 confirmada a “onda azul” com os democratas ocupando as duas casas, a expectativa por novos estímulos e aumento de liquidez no mercado cresceu muito. Já faz algumas semanas que é visível a empolgação dos investidores com tomada de risco no mercado de ações e principalmente nas commodities.

Um dos efeitos de maior liquidez com emissão de dólares pelo governo é a desvalorização do dólar e aumento do preço dos ativos, inflacionados por causa do alto aumento de liquidez (dinheiro novo no mercado).

Nas commodities vimos tanto o minério de ferro quanto o petróleo subir mais de 10% nas últimas duas semanas. O racional é simples: se o ativo é negociado em dólar e agora o dólar vale menos, o preço do ativo tende a subir para ajustar.

Essa corrida por ativos financeiros e de risco acontece no mundo todo e o Brasil não ficou pra trás. A CNN criou um indicador chamado Ganância & Medo em que por meio de diversas métricas eles tentam avaliar se o mercado está muito ganancioso (risco de baixa) ou com muito medo (barato e possibilidade de compra).

Entre as métricas usadas estão indicadores como: Força do Preço, Momento do preço das ações em relação à média de 125 dias, volatilidade do mercado e busca por proteção entre outros.

Se tivéssemos esse mesmo indicador para o Ibovespa, dada a alta recente e preços esticados (segundo indicadores técnicos como IFR e médias), não duvido que o nosso índice estaria beirando a “extrema ganância”.

O que vejo de diferente entre o S&P e o Ibovespa, exclusivamente em relação ao “preço atual”, deixando de lado e inúmeros outros motivos como situação econômica e política, é o quanto cada um dos mercados ainda pode subir.

O Goldman Sachs projeta uma alta de 15% para o resultado de 2021, uma alta considerável e forte quando comparado ao juros 0% da economia americana.

Já por aqui, o Ibovespa tem um alvo médio (quadro abaixo) de 130 mil pontos para o final do ano, alta “tímida” de 7,50% do preço atual.

O que me chama muito a atenção nos últimos dias e que me faz acreditar que estamos cada vez mais próximos do fim do movimento de curto prazo de alta no Ibovespa é o conjunto de 3 ativos diferentes: Juros Futuros, Dólar e Bolsa.

Geralmente temos Juros + Dólar andando contrário ao índice Ibovespa já que quando vemos dólar e juros subindo, temos indicativos de busca por proteção ou aversão ao risco, consequentemente com queda no Ibovespa. Faz alguns dias que estamos com um movimento não usual que são todos para cima, o que não faz tanto sentido.

Nos últimos dias e hoje, tanto dólar quanto juros futuros sobem puxados pela piora de percepção com o cenário fiscal, em meio a debate sobre flexibilização do teto de gastos, auxílio emergencial, medidas restritivas pela covid-19 e ausência de data e plano de vacinação nacional.

O Ibovespa sobe apoiado em 2 pilares: alta das commoditie (petróleo e minério de ferro) que impulsionam empresas como Vale (VALE3), Petrobras (PETR3;PETR4), CSN (CSNA3) e outras…e por conta do juros baixo que leva cada vez mais pessoas físicas a investirem no mercado.

Em relação ao índice Ibovespa, uma atenção se dá na relação risco x retorno com base no preço-alvo para 2021. O índice hoje se encontra em 121 mil pontos mas tem preço-alvo médio pro ano  de 130 mil pontos considerando um cenário de crescimento baixo, não “furar” o teto dos gastos e andamento de reformas/privatizações.

Ou seja, estamos falando em um retorno de +7,50% do preço de hoje pelo período de 11 meses. Alto quando comparado ao CDI, nem tão alto quando colocamos o risco “ações” na carteira.

A tendência do Ibovespa ainda é de alta apoiada nos pilares de recuperação economia + juros baixos mas a relação risco x retorno vai ficando pior a cada nova pernada de alta do índice.

Cada vez mais se faz necessário 3 coisas: diversificação, proteção e stock picking – ou seja, escolha de boas ações ou ações descontadas para se ter em carteira para que não sofram em um eventual movimento de realização.

Gosto muito de uma definição do livro “Manias, pânicos e crises” do momento que estamos vivendo agora:
“As manias definem-se como um padrão frenético de compra de ativos, que produz aumentos de preços e do volume de negócios; os indivíduos ficam ansiosos para comprar antes que os preços aumentem mais.

As manias geram bolhas, e vice-versa. Em algum momento, por um acontecimento qualquer, os preços param de subir e começam a cair, provocando o estouro da bolha. O pânico instala-se, e assiste-se a quedas acentuadas dos preços de imóveis e a quebras nos mercados de ações.

Manais implicam a ideia de irracionalidade e ganham intensidade em momentos de expansão de crédito e da moeda. Bolhas sempre estouram”.

Hoje, dia 07/01, enviamos para os clientes nosso Guia de Recomendações que tem as principais recomendações de Compra e os preços alvos para cada uma delas, sendo assim um material de estudo para localizar as ações que tem melhor relação risco x retorno ou maior upside para os próximos meses.

Caso tenha interesse, basta me chamar por direct no @vmiziara ou enviar um email para [email protected] que mando nossa seleção para você.

Essa é uma visão minha em relação ao momento que estamos agora. Espero que esse material possa ajudar!

Até a próxima!

Sócio e Head de Alocação da Criteria Investimentos
Com mais de 14 anos de experiência no mercado, Vitor Miziara é sócio e Head de Alocação da Criteria Investimentos, assessoria de investimentos independente vinculada à XP com mais de R$3 bilhões sob custódia. Entusiasta do mercado, discorre sobre cenários e investimentos, não evitando assuntos polêmicos e críticas abertas.
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Com mais de 14 anos de experiência no mercado, Vitor Miziara é sócio e Head de Alocação da Criteria Investimentos, assessoria de investimentos independente vinculada à XP com mais de R$3 bilhões sob custódia. Entusiasta do mercado, discorre sobre cenários e investimentos, não evitando assuntos polêmicos e críticas abertas.
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