Vivara (VIVA3) superou a turbulência? Analistas veem maturidade na gestão e dizem se é hora de comprar ou vender
A Vivara (VIVA3) avança na estabilização de sua governança após desafios enfrentados no último ano, avaliam analistas do Bradesco BBI e Ágora Investimentos após encontro com a presidente do conselho, Marina Kaufman, o vice-presidente, Paulo Kruglensky, e principais executivos da companhia.
Segundo os analistas, a empresa demonstrou maior maturidade na gestão, com foco em indicadores operacionais como ROIC (retorno sobre o capital investido), conversão de caixa e eficiência de capital.
Em 2024, a Vivara passou por uma reviravolta na sua história, tendo como pontapé a aprovação de seu fundador e maior acionista, Nelson Kaufman, como CEO.
Com a aprovação, a tese que era consensual entre os investidores locais passou a enfrentar resistência, com questionamentos sobre a governança da empresa e especulações sobre mudanças na estratégia.
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No entanto, poucos dias depois, a Vivara recuou, e anunciou que Otavio Lyra, CFO desde o IPO, assumiria o cargo, enquanto Kaufman foi designado para a presidência do conselho. Uma série de outras mudanças na equipe executiva foi anunciada, corroborando com as preocupações sobre a continuidade da estratégia e do plano de sucessão da empresa.
Em novembro de 2024, o conselho de administração elegeu Icaro Borrello para o cargo de presidente-executivo da companhia, após renúncia de Otavio Lyra. Borrello segue no cargo.
A XP Investimentos, que também esteve presente no recente encontro, afirma que saiu mais confiante na história da empresa, ao perceber uma governança muito mais estruturada, com os membros do conselho muito próximos do negócio para fornecer orientação estratégica, enquanto a diretoria da empresa foca em execução.
Na avaliação dos analistas, isso deve ajudar os investidores a olhar além do próximo resultado trimestral e construir mais confiança no potencial de longo prazo da Vivara.
Vivara retoma foco na Life
A XP Investimentos destaca que a Life — a linha mais acessível da rede de joalherias — voltou ao centro das atenções, após ter perdido espaço de prioridade para a marca principal.
Os analistas da casa pontuam que novos lançamentos na Life sustentam a aceleração das vendas de mesmas lojas e a expansão deve ser retomada em 2026, incluindo um projeto-piloto de lojas independentes de rua.
“A retomada da expansão da marca Life e o fortalecimento da estrutura organizacional são sinais positivos, assim como o compromisso com disciplina financeira e controle de custos. No entanto, acreditamos que a consistência na execução será determinante para destravar valor e sustentar a tese de investimento”, coloca o Bradesco BBI.
Por ora, o BBI mantém recomendação neutra para VIVA3, reconhecendo os avanços, mas aguardando maior visibilidade sobre a entrega dos resultados estratégicos
Já a XP reitera recomendação de compra, com uma visão consteutiva em relação aos fundamentos da empresa, à melhoria da governança e ao momento dos resultados.
