Mercados

Volatilidade sobe e renda fixa tem pior perda em décadas

23 mar 2021, 16:03 - atualizado em 23 mar 2021, 16:03
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Uma confluência de eventos sem precedentes está por trás do medo de que a alta da inflação vai corroer o retorno dos títulos (Imagem: Pixabay/@moritz320)

Ao redor do mundo, títulos governamentais e corporativos tiveram o pior começo de ano neste século. Com a perspectiva da volta da inflação, esses mercados se tornaram cada vez mais voláteis.

A perda acumulada em 2021 chega a 3,7%, de acordo com o índice Bloomberg Barclays de títulos com grau de investimento denominados em diversas moedas, que começou a ser apurado em 1999. O resultado é pior do que o observado no mesmo período de anos passados, mesmo após o movimento de compra na baixa observado nos últimos dias.

Uma confluência de eventos sem precedentes está por trás do medo de que a alta da inflação vai corroer o retorno dos títulos.

A aprovação do pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão nos EUA no início de março coincidiu com as promessas de muitos bancos centrais de manter os juros próximos dos menores níveis históricos.

Ao mesmo tempo, o avanço da vacinação permitiu que as autoridades suspendessem medidas de restrição, alimentando os sinais de uma recuperação econômica global.

O Federal Reserve, BC dos EUA, afirmou na semana passada que a alta dos preços ao consumidor este ano tende a ser temporária. Ainda assim, os mercados demonstram preocupação. Uma proxy do mercado para a expectativa de inflação ao longo da próxima década chegou a 2,3% na semana passada, o maior patamar desde 2013.

Investidores em busca de sinais de que é seguro retomar apostas arriscadas estão de olho nas métricas de volatilidade dos títulos. Enquanto esperam que as oscilações extremas diminuam, eles também reduzem a duração de suas carteiras de renda fixa.

O índice ICE BofA MOVE, que usa variações implícitas em um mês em papéis de diferentes vencimentos no mercado de títulos do Tesouro americano, alcançou este mês a média mais elevada desde abril do ano passado.

“Para acalmar os mercados e melhorar o sentimento, precisamos encontrar um platô onde as taxas possam permanecer por vários dias”, disse Sergey Dergachev, gestor sênior de carteiras de dívidas de mercados emergentes da Union Investment na Alemanha.

Os títulos do Tesouro americano de longo prazo têm puxado a alta dos rendimentos. Nas últimas semanas, as perdas atingiram a chamada barriga da curva de juros. Títulos de dívida do governo dos EUA com prazo de 25 anos ou mais perderam cerca de 14% em 2021. Grandes investidores, como Ray Dalio e Bill Gross, preveem mais perdas nesse mercado adiante.

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bloomberg@moneytimes.com.br
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