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Volta do carro popular não é consenso entre montadoras; entenda o imbróglio

13 abr 2023, 20:05 - atualizado em 13 abr 2023, 20:05
Carro popular
Plano para trazer de volta o carro popular não é consenso entre montadoras (Imagem: REUTERS/Jason Lee)

O plano de produzir e vender carros populares com preço médio de R$ 50 mil não é consenso entre as fabricantes de veículos que operam no Brasil. Ao menos, isso é o que indicam as declarações recentes feitas por executivos da Volkswagen e da Stellantis, dona das marcas Fiat, Peugeot, Jepp, entre outras.

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No fim de março, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) estuda incentivar a produção de carros movidos somente a etanol, com motores 1.0.

O movimento em prol do retorno de carros populares é encabeçada pelo CEO da Stellantis, Antonio Filosa, que conta com o apoio da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Filosa argumenta, entre outros pontos, a necessidade do governo e das montadores de definir o que é um carro popular. O executivo já chegou a citar o Citroen Ami, carro elétrico urbano europeu, como um exemplo para o carro popular brasileiro.

“Especificar como modelos com propulsão 1.0 já não faz mais sentido, porque esses motores ganham recursos como injeção direta de combustível e turbocompressores, e deixam de ser opção de baixo custo”, disse Filosa, em entrevista ao Automotive Now.

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Para que a volta do carro popular seja viável, Filosa defende um regime tributário especial, oferta de crédito e exigências específicas de segurança e tecnologia para evitar um alto conteúdo obrigatório que encareça o automóvel.

Plano para volta de carro popular causa ruído entre montadoras

A visão do chefe da Stellantis parece não ecoar entre todas as fabricantes de automóveis. Na última semana, o CEO da Volkswagen, Ciro Possobom, indicou que a montadora não estaria muito interessada em mudar as configurações dos seus carros para torná-los mais acessíveis.

“Crédito é essencial ao carro popular no Brasil e o governo precisa ajudar a fomentar. Por causa da legislação, subimos muito o valor do automóvel no Brasil, mas até que ponto é justo para o consumidor dar passos para trás nesse sentido? Não podemos oferecer carro menos seguro ou confortável só porque ele é popular”, disse o executivo ao Automotive Now.

“Imposto menor e facilitação do crédito seria o melhor caminho. Renovação de frota também seria uma opção. Oferecer um carro barato não resolve o problema do setor. Precisamos pensar em uma solução que atenda a indústria automotiva como um todo”, completou.

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Ao Automotive Now, uma fonte ligada às fabricantes afirmou que a possibilidade de regime tributário especial é algo que causa ruído entre as empresas, sobretudo entre aquelas que não teriam condições de oferecer versões de entrada no curto prazo.

“Já causa um mal-estar porque a ideia favorece apenas parte das empresas. Outras montadoras que não teriam uma solução na mão, e que enfrentam as mesmas condições de custo para produzir no país que as demais, se sentem prejudicadas com a possibilidade de incentivo”, afirmou a publicação.

O Money Times procurou a Volkswagen e a Stellantis para que as montadoras pudessem se posicionar sobre a volta do carro popular. Ambas, porém, disseram que não iriam se manifestar sobre o tema. Igualmente, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) foi procurado e disse que “não tem detalhes” sobre o plano.

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Repórter
Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
zeca.ferreira@moneytimes.com.br
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Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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