Vorcaro, ex-presidente do BRB e diretor do Banco Central frente a frente no STF
O ministro e relator do caso Master no STF (Supremo Tribula Federal) marcou acareação entre o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino Santos.
De acordo com informações, o objetivo é esclarecer as versões dos envolvidos na tentativa de compra do BRB pelo Banco Master. No último dia 16, Toffoli já havia determinado que a Polícia Federal colha imediatamente a oitiva de investigados no caso Master e de dirigentes do Banco Central.
Toffoli argumenta que verificou a “absoluta necessidade da realização de diligências urgentes” após a análise preliminar de documentos “não só para o sucesso das investigações, mas também como medida de proteção ao Sistema Financeiro Nacional e às pessoas que dele se utilizam”.
Também sem especificar autoridades, o ministro do STF determinou “a oitiva dos dirigentes do Banco Central do Brasil sobre questões de sua atribuição envolvendo as atividades do Banco Master e de possíveis desdobramentos envolvendo outras instituições financeiras”.
Toffoli também deixa aberta a possibilidade de apresentação, por parte do delegado da PF responsável pela investigação, de pedidos de quebras individualizadas de sigilos telefônicos, telemáticos e fiscais de investigados e terceiros.
No início do mês, Toffoli levou o caso do Banco para o STF, até que seja definida a instância judicial adequada para tratar do assunto.
Crise do Banco Master
Em novembro, a Polícia Federal prendeu Vorcaro após uma investigação apurar um esquema de criação e negociação de títulos de crédito inexistentes, envolvendo instituições do Sistema Financeiro Nacional. As suspeitas incluem gestão fraudulenta, gestão temerária e participação em organização criminosa.
O Master teria repassado ao Banco de Brasília cerca de R$ 12,2 bilhões em carteiras fictícias, apresentando documentos falsificados ao BC. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, foi afastado por 60 dias.
O caso estourou meses após o BRB anunciar, em março, a intenção de adquirir 58% do Master por cerca de R$ 2 bilhões — operação que criaria um grupo com R$ 100 bilhões em ativos. O negócio, no entanto, foi barrado pelo BC em setembro, por falta de viabilidade e alto risco.
Com o avanço das investigações, a autoridade monetária decretou a liquidação judicial do Master. Um dia antes, a holding Fictor havia demonstrado interesse em comprar o banco, prometendo aporte inicial de R$ 3 bilhões. A liquidação transformou o episódio no maior acionamento da história do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), sendo que, em março de 2025, o Master mantinha cerca de R$ 60 bilhões em depósitos cobertos.