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Wall Street recua mais de 1% com redução das apostas de corte nos juros dos EUA em dezembro

13 nov 2025, 18:13 - atualizado em 13 nov 2025, 18:22
Fundo de crédito, Lótus, Empírica, Wall Street
(Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Com o fim do ‘shutdown‘ dos Estados Unidos, Wall Street voltou as atenções — e preocupações — para o setor de tecnologia nesta quinta-feira (13). Além disso, o assunto dividiu a atenção com a política monetária, após novas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed).

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O índice Dow Jones, que perdeu quase 800 pontos, já acumula queda de cerca de 1,5% em relação às máxima histórica, registrada na véspera. Já o Nasdaq, que reúne as principais empresas de tecnologia, encerrou a sessão em seu terceiro dia de baixas consecutivas.

Confira o fechamento dos índices de Wall Street:

  • Dow Jones: -1,65%, aos 47.457,22 pontos;
  • S&P 500: -1,66%, aos 6.737,49 pontos; 
  • Nasdaq: -2,29%, aos 23.870,35 pontos.

O que movimentou Wall Street hoje?

O setor de tecnologia voltou a sofrer com as liquidações. Os investidores continuaram cautelosos com a inteligência artificial, com a percepção de que os valuations das companhias de IA estão “esticados”.

Já as novas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) mudaram as expectativas sobre corte nos juros. Durante a tarde, os operadores passaram a precificar a manutenção do Fed Funds na faixa de 3,75% a 4,00% na próxima decisão de política monetária, em dezembro.

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Já perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group, apontava 48,4% de chance de o Fed manter os juros inalterados. Ontem (12), a probabilidade era de 37,1%. A expectativa de corte de 0,25 ponto percentual caiu de 62,9% (ontem) para 51,6% (hoje).

O movimento aconteceu após a presidente da unidade do Fed de San Francisco, Mary Daly — até então uma firme defensora dos cortes nas taxas do Fed — afirmar que qualquer decisão a cerca de quatro semanas antes da próxima reunião de política é “prematura”.

“Em minha opinião, é prematuro dizer que definitivamente não haverá corte ou que definitivamente haverá um corte” para a reunião de 9 e 10 de dezembro do banco central dos EUA, disse Daly em um evento organizado pelo Instituto de Assuntos Internacionais e Europeus em Dublin, Irlanda.

“Tenho uma mente aberta, mas ainda não tomei uma decisão final sobre o que penso”, acrescentou ela. “Na minha opinião, precisamos coletar mais informações antes de tomarmos uma decisão sobre dezembro, porque temos dois objetivos e ambos têm riscos associados a eles.”

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As companhias de tecnologia, como as ligadas à I.A., usualmente ainda sofrem mais com as altas de juros. Seus valores são muito atrelados aos lucros futuros, cujas projeções caem quando as taxas sobem, além dos maiores custos para o financiamento da inovação.

Os impactos do shutdown também ficaram no radar, com o fim da paralisação da máquina pública após 43 dias.

Ontem (12), o presidente Donald Trump sancionou a legislação que abre ‘espaço’ orçamentário de forma temporária. O acordo estende o financiamento até 30 de janeiro, deixando o governo federal em um caminho para continuar adicionando cerca de US$ 1,8 trilhão por ano à sua dívida de US$ 38 trilhões.

Projeções do Congresso americano indicam que um shutdown de seis semanas pode reduzir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre em até 1,5 ponto percentual.

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Além disso, a Casa Branca já afirmou que tanto o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) quanto o relatório de empregos (payroll) provavelmente não serão contabilizados, o que pode comprometer de forma permanente parte das séries históricas — e a análise do Fed, que depende desses indicadores para calibrar sua política monetária.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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