Wall Street ganha força após payroll afastar risco de recessão; S&P tem maior sequência de ganhos desde 2004

Wall Street encerrou a última sessão da semana em forte alta, impulsionada por dados do mercado de trabalho melhores do que o esperado e o alívio da guerra comercial com a sinalização de um acordo entre a China e os Estados Unidos.
Confira como fecharam os índices de Nova York:
- S&P 500: +1,47%, aos 5.686,57 pontos;
- Dow Jones: +1,39%, aos 41.317,43 pontos;
- Nasdaq: +1,51%, aos 17.977,73 pontos.
Com o avanço desta sexta-feira (2), o S&P 500 registrou a maior sequência de ganhos desde novembro de 2004, com nove altas diárias consecutivas. O índice também recuperou as perdas acumuladas desde 2 de abril, dia em que o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou as tarifas recíprocas.
Na semana, o S&P 500 acumulou alta de 2,3%, o Dow Jones valorizou 2,5% e o Nasdaq teve ganhos de 2,7%.
O que movimentou com Wall Street hoje?
Nos Estados Unidos, os investidores reagiram ao relatório de empregos, o payroll. O país criou 177 mil vagas de emprego no mês passado, após 185 mil postos de trabalho abertos (em dado revisado para baixo) em março, segundo o o Departamento do Trabalho norte-americano. Os economistas previam a abertura de 138 mil vagas no período.
A taxa de desemprego, porém, manteve-se em 4,2%, como o esperado, o que indica que relativa estabilidade no mercado de trabalho norte-americano.
O dado, que é a referência do Federal Reserve (Fed) para o mercado de trabalho norte-americano, afastou o temor de recessão da maior economia do mundo e recalibrar as apostas sobre a decisão do Banco Central dos EUA, que será divulgada na próxima quarta-feira (7).
Após o payroll, os agentes financeiros veem 99,5% de o Fed manter os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% na próxima semana, segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group. Os traders, por sua vez, elevaram a chance de manutenção dos juros também na reunião de junho de 41,8% (ontem) para 63,4% (hoje) — sendo agora a aposta majoritária.
Até ontem (1º), a aposta majoritária era de corte de 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4,00% a 4,25% ao ano, em junho: a probabilidade era de 55% contra 36,5% hoje após o payroll.
“Do ponto de vista dos juros, o dado reforça a postura de cautela e parcimônia do Federal Reserve (Fed) na condução de política monetária, e parece reduzir a necessidade de cortes de juros no curto prazo”, afirmou o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves.
Na mesma linha, a Ativa Investimentos avaliou que o payroll foi considerado “um não evento do ponto de vista da política monetária”.
O mercado norte-americano também reagiu a um possível alívio na guerra comercial travada por Trump no início de abril. Hoje (2), a China quee stá “avaliando” uma oferta dos Estados Unidos para manter conversações sobre as tarifas de 145% impostas pelo governo dos EUA sobre os produtos chineses.
O Ministério do Comércio chinês disse que os EUA entraram em contato com o país para buscar conversações sobre as tarifas de Trump e que Pequim está de portas abertas para discussões.
Os balanços das big techs Apple e Amazon ficaram em segundo plano. As ações da fabricante do iPhone chegaram a cair mais de 3% após a companhia registrar receita da divisão de serviços abaixo das estimativas dos analistas no segundo trimestre fiscal. A empresa também espera adicionar US$ 900 milhões em custos neste trimestre como impacto das tarifas de Trump.
Já as ações da Amazon tiveram leve alta após o balanço do primeiro trimestre, com números melhores do que o esperado.