Wall Street em forte alta: Dow Jones renova recorde com expectativa de corte nos juros pelo Fed

As expectativas de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed) impulsionaram Wall Street e levaram o índice Dow Jones a recordes históricos nesta sexta-feira (22).
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +1,89%, aos 44.631,74 pontos — no maior nível nominal histórico;
- S&P 500: +1,52%, aos 6.466,91 pontos;
- Nasdaq: +1,88%, aos 21.496,53 pontos.
O que movimentou Wall Street hoje?
O mercado elevou as expectativas de corte nos juros dos Estados Unidos. Durante o Simpósio de Jackson Hole, o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, disse que “a política em território restritivo, a perspectiva básica e a mudança no equilíbrio de riscos podem justificar ajustes” na postura da autoridade monetária — o que foi lido pelo mercado como uma sinalização de corte nos juros.
“Continuamos a acreditar que a política monetária deve ser voltada para o futuro e considerar as defasagens em seus efeitos sobre a economia”, acrescentou Powell, que também afirmou que o Fed deve equilibrar os riscos para seus mandatos de emprego e inflação.
A equipe de economistas do Bank of America (BofA) afirmou que Powell foi mais ‘dovish’ do que o banco e o mercado esperavam. “Embora com uma postura mais moderada, Powell se mostrou mais cauteloso do que no ano passado”, escreveram Aditya Bhave, Meghan Swiber, Shruti Mishra e Howard Du em relatório.
Após as declarações do chair do Fed, o mercado elevou a probabilidade de uma redução de um 0,25 ponto percentual na taxa de juros norte-americana na próxima decisão, em setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. Minutos após a sinalização, os operados chegaram a precificar mais de 90% de chance de um corte nos juros.
Já perto do fechamento, os operadores precificavam 85,2% de chance de o Fed cortar os juros, ante 75% de ontem (21). Hoje, os juros estão entre 4,25% a 4,50% ao ano.
O presidente Donald Trump também dividiu as atenções dos investidores. O chefe da Casa Branca confirmou um acordo entre o governo com a Intel. Em reação, as ações da gigante de tecnologia subiram mais de 6%.
No início da semana, a Casa Branca havia informado o interesse em deter 10% de participação na companhia. De acordo com fontes ao Wall Street Journal, o governo não fará parte do conselho e nem terá um papel de governança na companhia de tecnologia.
Trump ainda afirmou que pode impor novas sanções à Rússia em até duas semanas se as negociações de cessar-fogo com a Ucrânia não avançarem. A repórteres no Salão Oval, ele disse que não está “satisfeito” com nenhum aspecto do esforço para alcançar a paz.
“Há uma quantidade tremenda de ódio ali”, disse Trump. “Mas vamos ver o que acontece. Acho que em duas semanas saberemos para que lado estou indo.”
Do outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que havia “luz no fim do túnel” nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos. “Com a chegada do presidente Trump, acho que finalmente surgiu uma luz no fim do túnel. E agora tivemos uma reunião muito boa, significativa e franca no Alasca”, disse Putin, referindo-se à cúpula da semana passada.
“Os próximos passos agora dependem da liderança dos Estados Unidos, mas estou confiante de que as qualidades de liderança do atual presidente, o presidente Trump, são uma boa garantia de que as relações serão restauradas.”