Wall Street sobe com negociações tarifárias; S&P 500 e Nasdaq renovam recordes históricos

As políticas tarifárias do presidente Donald Trump continuaram sendo o foco dos investidores em Wall Street. Depois de dias sem direção única, os índices firmaram alta com acordo entre os Estados Unidos e o Japão — que elevaram as expectativas sobre as negociação com a União Europeia e a China.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +1,14%, aos 45.010,29 pontos;
- S&P 500: +0,78%, aos 6.358,91 pontos — no maior nível nominal histórico;
- Nasdaq: +0,61%, aos 21.020,02 pontos — no maior nível nominal histórico.
Com o forte avanço, o S&P 500 registrou a 12ª vez de renovação das máximas históricas desde janeiro.
O que movimentou Wall Street hoje?
Os índices de Wall Street fecharam em alta com os desdobramentos das negociações tarifárias entre os Estados Unidos e os países parceiros — que injetaram apetite ao risco dos investidores.
Ontem (22), presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou um acordo com o Japão — melhor do que o esperado. A tarifa “recíproca” sobre os produtos japoneses à importação no território norte-americano será de 15%, 10 pontos percentuais a menos do que o anunciado por Trump no início de julho. O acordo ainda prevê um investimento de US$ 550 bilhões nos EUA.
A Casa Branca informou que o pacote bilionário acertado com o país asiático será gasto a critério de Trump. Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, o acordo foi negociado a partir de um compromisso inicial de US$ 400 bilhões e se concentraria em setores-chave como energia, semicondutores, minerais essenciais, produtos farmacêuticos e construção naval.
Além do Japão, acordos com a Filipinas e Indonésia foram anunciados na véspera (22). Os produtos dos dois países serão taxados em 19%, com livre entrada dos bens e mercadorias dos EUA.
Como resultado, as movimentações elevaram as expectativas para um acordo com a União Europeia antes do prazo final de negociações e início das tarifas “recíprocas” em 1º de agosto.
Hoje (23), o Financial Times divulgou que os EUA estão se aproximando de um acordo tarifário de 15% com a União Europeia. Segundo o jornal, os dois países devem “renunciar” às tarifas sobre alguns produtos, incluindo aeronaves, bebidas alcoólicas e dispositivos médicos — nos moldes do acordo firmado com o Japão.
Um acordo com a China também está no radar. Os representantes comerciais dos dois países devem ser reunir na próxima semana na Suécia.
No final da tarde, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o país ainda tem “muitos acordos para anunciar”, sem dar detalhes ou prazos.
Além disso, o presidente Trump divulgou, também hoje, um novo projeto de inteligência artificial (IA) para desregulamentar o setor e tornar o ambiente menos arriscado para as empresas norte-americanas exportarem tecnologia para países estrangeiros.
Os investidores ainda operaram à espera dos resultados corporativos de big techs. Alphabet, dona do Google, e Tesla divulgam os balanços nesta quarta-feira (23) logo após o fechamento do mercado.