Wall Street salta com expectativa de corte nos juros; Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio
Os índices em Wall Street estenderam os ganhos da sessão anterior e tiveram mais um dia de fortes ganhos, com novas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) — que reforçaram as apostas de corte nos juros em dezembro.
O avanço nas conversas entre o governo Trump e a China e a retomada de otimismo com a Inteligência Artificial (IA) também dividiram as atenções.
Confira o fechamento dos índices:
- Dow Jones: +0,44%, aos 46.448,27 pontos;
- S&P 500: +1,55%, aos 6.705,12 pontos;
- Nasdaq: +2,69%, aos 22.872,00 pontos.
Em destaque, o índice Nasdaq encerrou a sessão com o melhor desempenho diário desde maio, apoiado por salto de mais de 6% das ações da Alphabet. Na semana passada, a dona do Google anunciou uma nova versão da sua plataforma de IA, o Gemini 3.
Além disso, o mercado reagiu a uma reunião interna “vazada” da Nvidia. Na ocasião, o CEO Jesen Huang afirmou que a empresa vive em um “beco sem saída” em relação à possível bolha de IA. As informações são do site Business Insider.
“Se tivéssemos apresentado um trimestre ruim, isso seria prova de que existe uma bolha de IA. Se tivéssemos apresentado um trimestre excelente, estaríamos alimentando a bolha de IA”, disse ele aos funcionários. “Se tivéssemos ficado um pouco abaixo, se tivéssemos parecido um pouco instáveis, o mundo inteiro teria desmoronando.”
O que movimentou Wall Street?
O apetite a risco se estendeu nos mercados com o aumento da aposta de afrouxamento monetário nos Estados Unidos.
Dessa vez, o diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, afirmou que dados disponíveis indicam que o mercado de trabalho norte-americano continua fraco o suficiente para justificar outro corte nos juros na próxima reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que acontece entre os dias 9 e 10 de dezembro.
Desde a última reunião do Fed, segundo ele, “a maior parte dos dados do setor privado e dos dados anedóticos que obtivemos é que nada realmente mudou. O mercado de trabalho está fraco. Ele continua enfraquecido”, e espera-se que a inflação diminua, disse Waller no programa Mornings with Maria, da Fox Business.
Ele ainda afirmou que cortar os juros em “janeiro pode ser um pouco mais complicado, porque teremos uma enxurrada de dados sendo divulgados”.
“Se eles [os dados] forem consistentes com o que temos visto, então é possível defender janeiro. Mas se, de repente, os dados mostrarem uma recuperação da inflação ou do emprego ou se a economia estiver decolando, isso pode gerar preocupação” quanto a um novo corte nas taxas, acrescentou Waller.
Perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group, apontava 80,9% de chance de o Fed reduzir os juros para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. Na última sexta-feira (24), a probabilidade era de 71,0%. Por sua vez, a expectativa de manutenção dos juros caiu de 29,0% para 19,1% hoje.
As questões geopolíticas também dividiram as atenções. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que teve uma ligação telefônica “muito boa” com o presidente chinês, Xi Jinping, nesta segunda-feira (24), durante a qual os líderes discutiram a guerra na Ucrânia, o tráfico de fentanil e um acordo para os agricultores.
“Fizemos um bom e muito importante acordo para nossos Grandes Agricultores – e ele só vai melhorar. Nosso relacionamento com a China é extremamente forte!”, disse ele em uma postagem no Truth Social. Trump também disse que havia aceitado o convite de Xi para visitar a China em abril e que Xi visitaria os EUA mais à frente no ano.