Wall Street: S&P 500 e Nasdaq têm novo recorde com payroll mais forte que o esperado

Wall Street seguiu em forte ritmo de ganhos e renovou os recordes históricos pela segunda vez consecutiva após o relatório oficial de empregos, o payroll, reforçar a percepção de que a economia dos Estados Unidos segue forte mesmo com as mudanças nas políticas comercial e fiscal.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,77%, aos 44.828,53 pontos;
- S&P 500: +0,83%, aos 6.279,35 — maior nível histórico;
- Nasdaq: +1,02%, aos 20.601,10 pontos — maior nível histórico.
Nesta quinta-feira (3), os índices encerraram as negociações mais cedo. Os mercados permanecerão fechados amanhã (4) devido ao feriado do Dia da Independência.
Ao longo da semana, Wall Street renovou os recordes em três dos quatro pregões. Apenas na última terça-feira (1°), os índices devolveram parte dos ganhos recentes com pressão das ações de tecnologia — puxadas por Tesla (TSLA) em meio a retomada de farpas entre o fundador e CEO Elon Musk e o presidente norte-americano, Donald Trump.
Os três principais índices dos EUA também fecharam a semana em território positivo. O S&P 500 subiu 1,70%, o Nasdaq acumulou alta de 1,60% e Dow Jones registrou um ganho de 2,3% no período.
O que movimentou Wall Street hoje?
O tom positivo de Wall Street foi sustentado por novos dados do mercado de trabalho. O payroll, que é o relatório oficial de empregos, apontou a criação de 147 mil vagas em junho, acima da expectativa de 110 mil posto de trabalho abertos no mês.
A taxa de desemprego desacelerou de 4,2% em maio para 4,1% em junho, abaixo das projeções de avanço para 4,3%.
“O payroll segue mostrando que, apesar dos receios, o mercado de trabalho americano registra certa resiliência, apesar de dados que sugerem uma desaceleração na economia americana. O dado reforça a postura de cautela e parcimônia do Fed na condução de política monetária, e parece reduzir a necessidade de cortes de juros no curto prazo”, avaliou o estrategista-chefe da Avenue, William Castro.
Após o dado, agentes financeiros reduziram as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) na próxima reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que acontece no final deste mês. No fechamento dos mercados, a probabilidade de redução caiu de 23,8% ontem para 4,7% hoje, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.
Já as chances de manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano subiu de 76,2% para 95,3% após o payroll.
Setembro, porém, permanece como o mês mais provável para início de cortes nos juros, sendo a aposta majoritária do mercado, com mais de 70% de chance de redução de 25 pontos-base.
O payroll foi divulgado um dia após o relatório ADP mostrar que o setor privado norte-americano perdeu 33.000 empregos em junho, sendo o primeiro declínio mensal desde março de 2023.
Os investidores também monitoram as negociações comerciais dos EUA com o países parceiros. Ontem (2), o presidente Donald Trump anunciou que chegou a um acordo comercial com o Vietnã.
Já nesta quarta-feira (3), o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que, se acordos comerciais não forem fechados até o vencimento das pausas tarifárias na próxima semana, caberá ao presidente Trump decidir se as pausas serão estendidas ou não.
“Faremos o que o presidente quiser, e ele será o responsável por determinar a negociação de boa-fé. O que vimos até agora é que as tarifas não prejudicaram [os EUA]”, disse Bessent, em entrevista à CNBC.
A trégua temporária das tarifas recíprocas termina na próxima quarta-feira (9).
O cenário fiscal dos EUA também continuou no radar. O pacote orçamentário de Trump, conhecido como “Beautiful Bill“, aprovado no Senado, deve ser novamente votado na Câmara dos Representantes, ainda sem data para a apreciação. A medida acrescentará cerca de US$ 3,3 trilhões à dívida pública do país.