Wall Street recua no último pregão do ano, mas encerra 2025 em forte valorização; Nasdaq tem salto de 20%
Nesta quarta-feira (31), os índices de Wall Street fecharam o último pregão do ano em queda, em dia de liquidez limitada.
Confira o fechamento dos índices:
- Dow Jones: -0,63%, aos 48.063,29 pontos;
- S&P 500: -0,74%, aos 6.845,50 pontos;
- Nasdaq: -0,76%, aos 23.241,99 pontos.
Em 2025, o tom foi positivo. O índice Dow Jones avançou 16%, o terceiro ano consecutivo de ganhos; o S&P 500 acumulou alta de 13% e o Nasdaq teve valorização de 20%.
O que movimentou Wall Street em 2025?
Ao longo do ano, porém, Wall Street enfrentou alguns percalços: a política tarifária do presidente Donald Trump, a paralisação da máquina pública e as críticas da Casa Branca à condução da política monetária.
Em abril, Trump anunciou tarífas recíprocas – no dia 2, denominado como o “Liberation Day” –sobre 10% dos produtos de todos os parceiros comerciais, além de taxas “extras” para países em que a balança comercial norte-americana era deficitária — salvo algumas exceções, como o Brasil, que foi taxado em 40% mais a alíquota ‘mundial’.
Logo após o anúncio do tarifaço, os investidores aumentaram a aversão a risco com a perspectiva de que tarifas tendem a causar impacto “estagflacionário”, ou seja, que causa queda na atividade ao mesmo tempo que pressiona a inflação – movimentos que geralmente caminham em sentidos opostos.
As taxas de importação também marcaram uma nova configuração da “guerra comercial” entre os Estados Unidos e a China – com a corrida pelo desenvolvimento da IA no centro das disputas.
Já na reta final do ano, novas incertezas surgiram com o shutdown, que adiou a divulgação de dados econômicos como o payroll – o relatório oficial de empregos dos Estados Unidos e referência do mercado de trabalho para o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano
A paralisação foi a maior história norte-americana com duração de 43 dias, com fim em novembro após a Câmara dos Representantes aprovar o projeto de lei que garante o pagamento retroativo dos funcionários federais e mantém o governo em funcionamento até 30 de janeiro.
No campo monetário, o Fed, iniciou o ciclo de afrouxamento monetário, reduzindo os juros da faixa de 4,25% a 4,50% ao ano para 3,50% a 3,75% ao ano, em três cortes consecutivos iniciados em setembro.
Além da flexibilização, o BC manteve-se sobre os holofotes com as sucessivas críticas de Trump e a exigência de juros mais baixos, além da expectativa pelo anúncio do novo presidente do Fed. O mandato de Jerome Powell como presidente da autarquia termina em maio e Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, e o diretor do BC, Christopher Waller, são os nomes mais cotados para a cadeira.