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Wall Street sobe com suspensão de tarifas de Trump; Nasdaq salta mais de 1% com Tesla e resultados de Nvidia

29 maio 2025, 10:36 - atualizado em 29 maio 2025, 10:40
wall street Nasdaq S&P 500 Dow Jones EUA Estados Unidos
Wall Street iniciou a sessão em alta com suspensão das tarifas de Trump pela Corte do Comércio do país e resultados de Nvidia (Imagem: 400tmax/Getty Images Signature)

Wall Street opera em alta desde o pré-mercado com um ‘combo’ de fatores: balanço de Nvidia melhor do que o esperado, dados de atividade econômica dos Estados Unidos e suspensão de parte das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump pela Justiça do país.

Confira operam os índices de Nova York após a abertura:

  • S&P 500: +0,80%%, aos 5.935,56 pontos; 
  • Dow Jones: +0,13%, aos 42.153,19 pontos;
  • Nasdaq: +1,45%, aos 19.380,70 pontos.

O VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo”, operam em queda logo após a abertura, no nível dos 18 pontos.

O que movimenta com Wall Street hoje?

Justiça ‘barra’ tarifas de Trump

Na noite da última de quarta-feira (28), o Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos decidiu que o presidente Donald Trump extrapolou a sua autoridade ao usar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA, na sigla em inglês) para impor as tarifas “recíprocas”, anunciadas em 2 de abril.

Na decisão, a Corte determinou a suspensão permanente da maioria das tarifas anunciadas e proibiu futuras modificações, concedendo ao governo 10 dias para formalizar o fim das medidasA Casa Branca já recorreu à Corte de Apelações do Circuito Federal dos EUA.

“O presidente Trump prometeu colocar a América em primeiro lugar, e o governo está comprometido em usar todos os recursos do poder executivo para lidar com esta crise e restaurar a grandeza americana”, disse o porta-voz do governo norte-americano.

Segundo o Goldman Sachs, o governo Trump deve encontrar formas de contornar a decisão judicial que derrubou as tarifas recíprocas. O banco também avaliou que, embora seja provável que o governo tente reimpor parte das tarifas, é improvável que consiga fazer isso para todos os países afetados no “Dia da Libertação”.

As tarifas de Trump têm sido uma das principais preocupações dos investidores e do Federal Reserve (Fed), com possíveis impactos na inflação — ainda acima da meta de 2%.

Na última ata do Fed, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmou que “quase todos os membros comentaram sobre o risco de a inflação se mostrar mais persistente do que o esperado”, conforme a economia do país se adapta às tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump. “Espera-se que as tarifas aumentem significativamente a inflação este ano e proporcionem um impulso menor em 2026.”

Novos acordos comerciais à vista

Na manhã desta quinta-feira (29), o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que há três acordos comerciais quase concluídos e que espera mais, apesar de uma decisão judicial que bloqueou a maioria das tarifas de Trump.

“Há muitos, muitos acordos a caminho. E há três que basicamente parecem estar concluídos”, disse Hassett em uma entrevista à Fox Business Network.

O assessor também afirmou que está confiante de que o governo vencerá a decisão da Corte de Comércio e que vários países abrirão seus mercados para os produtos norte-americanos nos próximos um ou dois meses. “Se houver pequenos contratempos aqui ou ali por causa de decisões tomadas por juízes ativistas, isso não deve preocupá-lo de forma alguma e certamente não afetará as negociações”, acrescentou Hassett.

Dados econômicos

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos contraiu 0,2% na base anual no primeiro trimestre, de acordo com números ajustados pela sazonalidade e inflação divulgados pelo Departamento de Comércio do país nesta manhã. O número ficou 0,1 ponto percentual abaixo da estimativa inicial e melhor que a previsão do mercado de 0,4%.

Já os pedidos de seguro-desemprego aumentaram mais do que o esperado na semana passada, impulsionados por um aumento em Michigan, segundo o Departamento do Trabalho norte-americano.

Os pedidos totalizaram 240 mil, em base ajustada sazonalmente, na semana encerrada em 24 de maio — um aumento de 14.000 em relação ao período anterior e acima da estimativa dos analistas consultados pela Reuters, que previam alta para 230 mil.

Os pedidos contínuos, com atraso de uma semana, também apresentaram aumento, com alta de 26 mil, atingindo o nível mais alto desde 13 de novembro de 2021. Os pedidos aumentaram em 3.329 em Michigan, de acordo com dados não ajustados.

Wall Street reage aos resultados de Nvidia

A  Nvidia (NVDA) reportou um lucro de US$ 0,81 por ação no primeiro trimestre de 2025 (1T25), de acordo com o balanço divulgado pela companhia ontem (28) depois do fechamento dos mercados. As estimativas dos analistas variaram bastante, à medida que Wall Street tentava avaliar o impacto das restrições sobre algumas das vendas da Nvidia para a China.

Excluindo os encargos, o lucro ajustado por ação no primeiro trimestre foi e US$ 0,96.

Segundo dados compilados pela LSEG, a estimativa para o lucro trimestral ajustado da empresa era de US$ 0,93 por ação, com 17 analistas fornecendo projeções após 15 de abril, quando a Nvidia informou que as remessas do H20 precisariam de licenças adicionais.

A empresa, líder no mercado de inteligência artificial, espera uma receita de US$45 bilhões no segundo trimestre, com margem de 2% para mais ou para menos. A previsão inclui uma perda na receita do H20 de cerca de US$ 8 bilhões devido às recentes limitações de exportação impostas pelo governo Trump.

Já a estimativa média de analistas é de US$ 45,90 bilhões, segundo dados reunidos pela LSEG.

Na avaliação da XP, a ‘queridinha’ da inteligência artificial reportou bons resultados, com surpresas positiva na receita e no lucro por ação. “O mercado temia que o trimestre conturbado, devido à escalada da guerra comercial com a China, prejudicasse os resultados. O impacto, porém, foi limitado”, escreveram os analistas Maria Jordão e Raphael Figueiredo.

No pré-mercado, NVDA registrava alta de mais de 5%.

Saída de Musk do governo Trump

O bilionário Elon Musk confirmou a sua saída do governo Trump na noite de ontem (28), em uma publicação na rede social X. Ele liderava o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), que tinha como objetivo reduzir os gastos públicos.

Com a Tesla (TSLA) rumando para um segundo declínio consecutivo nas vendas anuais após 2024, a pressão sobre o homem mais rico do mundo — que também é proprietário da SpaceX e da rede social X — para voltar a se dedicar à montadora vinha crescendo.

Nas últimas semanas, os investidores da Tesla expressaram preocupações de que Musk não esteja focado o suficiente nos desafios da fabricante de veículos elétricos, incluindo a queda no preço das ações, a rápida crescente concorrência no mercado e a queda nas vendas europeias.

Em reação à saída do governo, as ações da fabricante de veículos elétricos TSLA registrava alta de 3% no pré-mercado. No ano, os papéis acumulam queda de 11%.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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