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Wall Street sobe mais de 1% com payroll mais forte que o esperado

06 jun 2025, 10:38 - atualizado em 06 jun 2025, 11:31
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Wall Street iniciou a sessão em alta com payroll mais forte que o esperado, mas com uma desaceleração na comparação anual (Imagem: 400tmax/Getty Images Signature)

Wall Street iniciou a sessão desta sexta-feira em forte alta em reação ao relatório oficial de empregos, o payroll.

Confira operam os índices de Nova York após a abertura:

  • S&P 500: +0,95%, aos 5.995,98 pontos; 
  • Dow Jones: +1,01%, aos 42.747,19 pontos;
  • Nasdaq: +1,10%, aos 19.511,09 pontos.

Em destaque, o índice S&P 500 encostou nos 6 mil pontos, enquanto o Dow Jones subiu mais de 400 pontos nos minutos após a abertura.

O VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo”, opera em queda, no nível dos 17 pontos.

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O que movimenta com Wall Street hoje?

Os investidores reagem ao relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, dado mais esperado da semana. O payroll apontou a criação de 139 mil vagas de emprego em maio — uma desaceleração em relação à abril, mas acima do esperado para o mês.

Os economistas consultados pela Reuters previam criação de 130.000 postos, depois de 177.000 relatados anteriormente em abril. As estimativas variavam de 75.000 a 190.000 empregos.

Já a taxa de desemprego permaneceu em 4,2% pelo terceiro mês consecutivo.

Após o dado, o mercado consolidou a aposta de corte de até 50 pontos-base na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) até o final do ano e setembro seguiu como aposta majoritária.

Além disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar a postura do Fed e disse que o Banco Central (BC) deve cortar os juros em 1 ponto percentual. Hoje, a taxa básica de juros está no intervalo entre 4,25% a 4,50% ao ano.

“Tarde Demais no Fed é um desastre! A Europa teve 10 cortes de juros, nós não tivemos nenhum. Apesar dele, nosso país está indo muito bem; Corte em um ponto inteiro”, disse ele se referindo ao presidente do BC, Jerome Powell.

Uma série de dados divulgados no início desta semana sinalizou uma possível desaceleração econômica, levantando questões sobre o impacto das negociações tarifárias e os próximos passos do Fed, que se reunirá para definir a política de taxas de juros nos dias 17 e 18 de junho.

Na quinta-feira (6), o Departamento do Trabalho do país informou que os pedidos de auxílio-desemprego da semana passada foram maiores do que o esperado, a 247.000 em comparação com a estimativa de consenso de 236.000 pedidos.

No dia anterior (5), a ADP mostrou que a abertura de vagas no o setor privado registrou um aumento de 37 mil em maio, bem abaixo da estimativa do mercado de cerca de 110 mil postos de trabalho.

A atividade no setor de serviços dos EUA também enfraqueceu inesperadamente no mês passado, segundo dados do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) divulgados na quarta-feira (5), com o índice de serviços do ISM caindo para 49,9%. Essa leitura ficou abaixo da previsão de 52,1% do Dow Jones e abaixo do limite entre expansão e contração.

Acordos comerciais

Os investidores também acompanham o avanço das negociações comerciais dos Estados Unidos entre os países parceiros.

Em entrevista à Reuters, o comissário de agricultura da União Europeia (UE), Christophe Hansen, disse que o bloco está aberto a reduzir as tarifas sobre as importações de fertilizantes dos EUA como uma oferta nas negociações com o governo Trump, mas não enfraquecerá seus padrões de segurança alimentar em busca de um acordo.

“Definitivamente, essa é uma opção”, disse Hansen, sobre a redução das tarifas de fertilizantes dos EUA. “Isso estará sobre a mesa. E acho que isso seria um grande avanço e uma oferta também para os EUA”, disse ele, acrescentando que seria necessário negociar se isso significaria tarifas zero ou uma redução das taxas atuais.

As exportações dos EUA enfrentam as tarifas padrão da UE de 5,5% sobre as importações de amônia e 6,5% sobre fertilizantes nitrogenados, além de uma tarifa antidumping extra de 29,48 euros por tonelada sobre o nitrato de ureia e amônio dos EUA.

Ontem (5), o presidente Donald Trump também avançou nas negociações com a China. Ele e o presidente chinês Xi Jinping conversaram por telefone. Segundo o chefe da Casa Branca, as discussões comerciais entre os dois países continuam em andamento e estão “em boa forma”.

Briga entre Trump e Musk

O mercado também acompanha a troca de farpas entre Trump e o bilionário e ex-integrante da equipe do governo, Elon Musk. O “estranhamento” entre os dois escalou nos últimos dias.

Ontem (5), o chefe da Casa Branca disse que estava “muito decepcionado” com o Musk e o bilionário rebateu dizendo que “sem mim, Trump teria perdido a eleição”, em uma publicação no X. A disputa se intensificou ainda mais depois que Trump chamou Musk de “louco” e sinalizou que poderia cortar os contratos governamentais de suas empresas. Em reação, a Tesla perder mais de US$ 152 bilhões em valor de mercado em um único dia.

Já nesta sexta-feira (6), as ações da fabricante de veículos elétricos sobem mais de 4%, em movimento de recuperação das perdas da véspera.

A melhora do humor acontece após um reportagem do Politico que informou que Trump havia agendado uma ligação com Musk hoje para negociar uma trégua. No entanto, um alto funcionário da Casa Branca disse à NBC News que Trump “não está interessado” em uma ligação com Musk.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.