Mercados

Colapso nos mercados: Wall Street derrete mais de 3% com guerra tarifária; S&P 500 se aproxima do ‘bear market’

07 abr 2025, 10:36 - atualizado em 07 abr 2025, 10:41
Trump Wall Street ibovespa morning
Wall Street tem forte queda nos primeiros minutos do pregão com escalada de uma guerra comercial; tombo dos mercados é chamado de 'Orange Monday' (Imagem: 400tmax/Getty Images Signature)

Orange Monday‘. É assim que os agentes financeiros estão nomeando a segunda-feira (7) de forte aversão ao risco nos mercados internacionais. Depois de o índice de Hong Kong fechar com a maior queda diária desde 1997 e as bolsas da Europa no menor nível em 16 meses, Wall Street despenca nos primeiros minutos de pregão.

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Confira a abertura dos índices de Nova York: 

  • Dow Jones: -2,97%, aos 31.175,79 pontos;
  • S&P 500: -3,29%, aos 4.907,01 pontos;
  • Nasdaq: -3,88%, aos 14.982,40 pontos.

Na última sexta-feira (4), o índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas do setor de tecnologia, entrou em ‘bear market’, com a queda de 22% em relação às máximas históricas — que foram alcançadas em dezembro. O Dow Jones registrou o maior declínio desde junho de 2020.

Já o S&P 500 teve a maior queda diária desde março de 2020, com queda de mais de 10% em apenas dois dias  — e inicia as negociações desta segunda-feira (7) próximo ao ‘bear market‘, que é quando o índice opera mais de 20% abaixo das máximas históricas.

O que faz Wall Street derreter hoje?

A guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a criação de tarifas adicionais para a importação, tem gerado “ondas de choque” pelos mercados financeiros globais e aumentou os temores de uma desaceleração econômica.

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Em linhas gerais, as tarifas podem gerar um movimento em cadeia: as taxas podem encarecer os produtos que chegam nos EUA; os preços sobem, acelera a inflação que, depois, pode resultar em uma queda de atividade econômica e, consequentemente, da lucratividade das empresas.

Os EUA já estão em um cenário de desaceleração econômica e a preocupação agora é de uma stagflation – momento em que a redução ou estagnação de crescimento econômico está atrelado a aumentos de preços, ou a uma inflação acima da esperada pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano.

No último sábado (5) entraram em vigor as tarifas unilaterais de 10% impostas aos produtos de todos os países. A expectativa do mercado era de que o governo Trump anunciasse negociações sobre as taxas com diversos países durante o fim de semana, além do adiamento das tarifas recíprocas, que começam a valer na próxima quarta-feira (9) — o que não aconteceu.

Ontem (6), Trump afirmou que não previa que os mercados entrariam em forte liquidação após as tarifas. “Não quero que nada despenque, mas às vezes é preciso tomar remédio para consertar alguma coisa”, disse o presidente norte-americano a repórteres no Air Force One sobre as consequências econômicas de suas tarifas. “Fomos tratados tão mal por outros países porque tivemos uma liderança estúpida que permitiu que isso acontecesse”, acrescentou.

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O Goldman Sachs, por sua vez, elevou o risco de recessão dos Estados Unidos de 35% para 45%,  pela segunda vez em uma semana. 

Liquidação generalizada

Nesta segunda-feira (7), o principal índice acionário de Hong Kong sofreu sua maior queda desde 1997, com queda de mais de 13%, depois que a China revidou as tarifas dos Estados Unidos com suas próprias taxas, aprofundando a turbulência do mercado em meio a temores de uma guerra comercial mais ampla. O fundo soberano de Pequim interveio para estabilizar as ações locais.

Na última sexta-feira (4), a China anunciou uma tarifa de 34% sobre a importação dos produtos norte-americanos, que começa a valer na próxima quinta-feira (10) — um dia após a tarifa de 34% dos EUA contra a China está prevista para entrar em vigor.

Até agora, a segunda maior economia do mundo está enfrentando tarifas dos EUA em mais de 50%.

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No Japão, o índice Nikkei enfrentou um ‘circuit-break’ e encerrou as negociações com um tombo de 8,8%, a 30.792 pontos

Já as bolsas da Europa operam no menor nível em 16 meses. O índice STOXX 600 operam em queda de mais de 4% recuando pela quarta sessão consecutiva e a caminho de seu maior declínio percentual em um dia desde a pandemia da Covid-19. Já o índice DAX, da Alemanha, chegou cair até 10% durante o pregão desta segunda-feira (7).

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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