Internacional

Wall Street alerta para ‘demasiada segurança’ dos títulos públicos americanos

11 mar 2020, 16:46 - atualizado em 11 mar 2020, 16:46
Mercados Wall Street
Dinheiro e letras financeiras podem ser uma aposta defensiva mais apropriada agora, segundo a Tallbacken Capital Advisors (Imagem: REUTERS/Lucas Jackson)

O achatamento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos pode minar a qualidade de refúgio de alguns dos ativos mais seguros do mundo, segundo um coro crescente de especialistas em Wall Street.

O Goldman Sachs diz que o mergulho dos rendimentos motivado pelo pânico do coronavírus torna a dívida soberana vulnerável a uma correção, enquanto o BlackRock Investment Institute afirmou que os Treasuries começam a perder a capacidade de proteção em meio à onda de venda de ações.

Dinheiro e letras financeiras podem ser uma aposta defensiva mais apropriada agora, segundo a Tallbacken Capital Advisors.

“Uma pergunta a fazer é se os títulos nominais ainda têm o mesmo valor de seguro”, escreveram os analistas do Goldman Praveen Korapaty e Avisha Thakkar em relatório.

“A menos que os bancos centrais demonstrem vontade de cortar profundamente em território negativo, achamos que a resposta é ‘não’, pelo menos para mercados de títulos de maior porte, como dos EUA, zona do euro e Japão.”

O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos despencou 160 pontos-base este ano, para a mínima histórica de 0,31% na segunda-feira devido ao crescente número de casos globais de coronavírus e à guerra de preços entre os maiores produtores de petróleo do mundo.

O rendimento mostra recuperação, para cerca de 0,7% na quarta-feira.

O índice MOVE do Bank of America Merrill Lynch, que mede oscilações implícitas dos preços dos Treasuries, subiu na segunda-feira para o nível mais alto desde 2009.

Cautela

A maior gestora de recursos do mundo está entre os que defendem maior cautela em relação a essa classe de ativos.

Embora a BlackRock prefira os títulos do Tesouro dos EUA em detrimento de pares de menor rendimento, a gestora é cada vez mais cautelosa sobre sua eficácia como hedge devido às fortes oscilações diárias do mercado.

“Reconhecemos que as alocações do Tesouro desempenham seu papel em momentos de alta incerteza, mas vemos riscos de um amortecedor decrescente contra as vendas do mercado de ações e uma recuperação dos rendimentos em relação a níveis historicamente baixos”, segundo relatório da empresa na terça-feira.

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