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Wall Street quer empregados em escritórios, mas vírus não ajuda

18 set 2020, 13:23 - atualizado em 18 set 2020, 13:23
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Embora alguns profissionais do setor estejam ansiosos pela normalidade dos escritórios, outros estão mais relutantes, pois especialistas esperam outra onda de Covid nos próximos meses (Imagem: Reuters/Mike Segar)

Líderes de Wall Street defenderam nesta semana a necessidade de trazer mais funcionários de volta aos escritórios, mas uma onda de casos de Covid-19 nos pregões mostrou quão rápido os trabalhadores podem ter que voltar para casa.

Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Barclays tiveram que colocar grupos de traders em quarentena depois que funcionários testaram positivo para o coronavírus. Os contratempos ameaçam os esforços de retorno aos escritórios que executivos dizem ser necessários para preservar a produtividade e a cultura das empresas.

O diretor-presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, defendeu o retorno de mais pessoas, dizendo que o banco observou queda da produtividade entre funcionários mais jovens e que trabalhar muito em casa poderia trazer danos econômicos e sociais de longo prazo.

Embora alguns profissionais do setor estejam ansiosos pela normalidade dos escritórios, outros estão mais relutantes, pois especialistas esperam outra onda de Covid nos próximos meses.

Larry Fink, CEO da BlackRock, disse em conferência virtual na quinta-feira que a cultura corporativa não foi criada para um ambiente remoto.

Mas acabar com as quarentenas também significa tentar evitar novos surtos. O Goldman Sachs teve que enviar alguns operadores de volta para casa após pelo menos uma pessoa ter testado positivo para a Covid-19 na sede em Manhattan. O banco não identificou transmissão de casos dentro dos escritórios, segundo uma pessoa que monitora a situação.

“A segurança de nossa equipe é prioridade, e estamos tomando as precauções adequadas para garantir que nossos locais de trabalho permaneçam seguros para aqueles que decidirem voltar”, disse Leslie Shribman, porta-voz do Goldman Sachs, em comunicado na quinta-feira.

O JPMorgan também pediu que algumas pessoas da equipe de Manhattan voltassem a trabalhar remotamente nesta semana, depois que um funcionário da unidade de trading de ações contraiu o coronavírus.

O caso foi divulgado aos funcionários do pregão no domingo, poucos dias depois de o maior banco dos EUA ter dito a operadores de nível sênior para retornarem até 21 de setembro.

Representantes do JPMorgan disseram que o banco viu “casos muito limitados” e que estes não estão relacionados aos planos de retorno aos escritórios. “Não hesitaremos em reverter o curso se começarmos a ver tendências preocupantes”, disse um porta-voz.

Traders da sede do Barclays em Londres foram mandados para casa no início do mês depois que dois funcionários testaram positivo para o vírus, de acordo com o Financial News.

Planos

Por enquanto, os casos não interferiram nos planos de retornar mais funcionários aos escritórios. O JPMorgan pretende trazer de volta até 50% dos funcionários em Nova York nas próximas semanas, enquanto o Goldman Sachs toma medidas semelhantes para turnos de rodízio semanal a partir de outubro.

O Deutsche Bank é exceção, tendo dito a funcionários da cidade de Nova York que podem continuar trabalhando em casa até meados do próximo ano. E o Bank of New York Mellon planeja permitir que a maior parte da equipe continue trabalhando remotamente pelo resto do ano.

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