Mercados

S&P 500 e Nasdaq renovam recorde histórico com acordo comercial entre EUA e China e expectativa de corte nos juros

27 jun 2025, 11:18 - atualizado em 27 jun 2025, 11:27
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Wall Street opera nas máximas históricas com a perspectiva de corte nos juros pelo Fed, acordo comercial com a China e salto em tecnologia (Imagem: REUTERS/Lucas Jackson/File Photo

Wall Street iniciou a sessão desta sexta-feira (27) em duplo recorde. Os índices S&P 500 e Nasdaq renovaram as máximas históricas intradia logo após a abertura do pregão regular dos Estados Unidos, superando a turbulência comercial e geopolítica das últimas semanas.

Nos primeiros minutos de negociações, o S&P 500 atingiu os 6.156,80 pontos, com avanço de mais de 0,30%. O recorde intradia anterior era de 6.147,43 pontos, registrados em 19 de fevereiro.

Já o índice Nasdaq, que reúne as principais empresas de tecnologia, bateu os 20.218 pontos, em novo recorde. O maior nível havia sido alcançado em meados de fevereiro.

Por volta de 11h15 (horário de Brasília), os índices continuavam a operar em patamares recordes. Confira:

  • Dow Jones: +0,73%, aos 43.704,30 pontos;
  • S&P 500: +0,51%, aos 6.172,91 pontos; 
  • Nasdaq: +0,58%, aos 20.235,88 pontos.

O que impulsiona os recordes de Wall Street hoje?

As máximas de Wall Street acontecem são embaladas pela divulgação da inflação dos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Consumidor (PCE, na sigla em inglês), que é a referência inflacionária do Federal Reserve (Fed), subiu 0,1% em mai0 na base anual.

No acumulado de 12 meses, a inflação acumula alta de 2,3% — acima da expectativa do mercado e da meta de 2% perseguida pelo Banco Central norte-americano.

O dado reforçou as expectativas de corte nos juros ainda neste ano. Isso porque os investidores estimam que a inflação permanecerá controlada, apesar do impacto das tarifas em vigor, e esperam que isso abra caminho para vários cortes de juros pelo Fedeste ano.

Logo após o PCE, os operadores passaram a precificar um possível afrouxamento da política monetária já em julho: a probabilidade de redução de 25 pontos-base no próximo mês aumento de 20,7% (ontem) para 22,7% hoje, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.

Apesar do avanço, o setembro segue como a aposta majoritária do mercado, com mais de 90% de chance.

Na semana passada, o Fed manteve os juros inalterados pela quarta vez consecutiva, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. A autoridade monetária também reafirmou a projeção de até dois cortes nos juros, de 25 pontos-base, até dezembro.

Outro dado econômico também movimenta Wall Street: o índice de sentimento do consumidor. O dado subiu 60,7 em junho na leitura final da Universidade de Michigan, superando as expectativas do mercado.

Tarifas de Trump x inflação

Os impactos das tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente Donald Trumpno início de abril, também estão na mesa.

Vale lembrar que, ao longo da semana, o presidente do Fed, Jerome Powell, manteve a postura de “esperar para ver” o reflexo das medidas na inflação. Para ele, a política tarifária deve gerar mais pressão inflacionária nos próximos meses.

Hoje, porém, um dos fatores de preocupação do mercado é o fim da pausa temporária nas taxas recíprocas em 9 de julho.

Apesar disso, o presidente da unidade do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, reiterou a visão de que o arrefecimento da inflação permitirá que o BC norte-americano corte sua taxa de juros duas vezes este ano, a partir de setembro.

Em um ensaio divulgado nesta sexta-feira (27), Kashkari também sinalizou que, se o progresso da inflação estagnar ou se reverter, o Fed poderá simplesmente pausar seu ciclo de corte de juros até que os preços voltem a mostrar alívio.

Para ele, as tarifas sugerem que um aumento da inflação está “provavelmente chegando”, à medida que mais produtos da Ásia, sujeitos aos maiores aumentos de tarifas, chegarem às prateleiras das empresas dos EUA.

Acordo comercial com a China

Com o alívio nas tensões geopolíticas, os investidores também concentram as atenções nos acordos comerciais.

Na noite de quinta-feira (26), o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, disse que um acordo comercial entre a China e os EUA havia sido finalizado em entrevista à Bloomberg News. Lutnick ainda disse que o governo Trump espera fechar acordos com 10 grandes parceiros comerciais em breve.

Também na véspera, Trump anunciou um acordo com a China, mas sem dar detalhes. Logo após a declaração, um funcionário da Casa Branca esclareceu que ele quis dizer que Pequim concordou com “um entendimento adicional de uma estrutura para implementar o acordo de Genebra”.

Já nesta sexta-feira (27), o Ministério do Comércio chinês disse os dois países confirmaram uma estrutura comercial que permitiria a exportação de terras raras para os EUA e aliviaria as restrições tecnológicas.

Disparada das ações de tecnologia

As ações de tecnologia também ‘empurram’ os índices para as máximas históricas. As ações da Nvidia (NVDA) disparam pelo terceiro dia consecutivo e operam no maior nível da história. Com isso, a empresa de semicondutores voltou ao posto de empresa mais valiosa do mundo.

A recente valorização é apoiada pela perspectiva dos investidores de que os controles de exportação da China não prejudicarão as perspectivas da empresa em inteligência artificial
(IA).

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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